2013-05-09 15:55:36

Concluído 3° Encontro Internacional católico-anglicano


Rio de Janeiro (RV) – Concluiu-se na terça-feira, no Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro, o 3° Encontro dos membros da Comissão Internacional Anglicano-Católica, da terceira fase do diálogo entre a Igreja Católica e a Comunhão Anglicana (ARCIC III). A sessão, iniciada em 29 de abril, foi a primeira a ser realizada no Brasil e num país do Hemisfério Sul. O encontro foi presidido pelo Arcebispo católico de Birminghan, Bernd Longlev e pelo Bispo anglicano de Guilford, Christopher Hill.

A Comissão prosseguiu as discussões iniciadas em maio de dois anos atrás sobre “A Igreja como comunhão local e universal” e sobre “Como, na comunhão, a Igreja local e universal chega a discernir o justo ensinamento ético” em vista da publicação de uma nova declaração comum. Em particular – diz o comunicado conclusivo – os participantes analisaram as implicações teológicas e partilharam reflexões sobre a natureza da Igreja e sobre estruturas que contribuem ao discernimento e determinam os processos de decisão no seu interior.

Um dos dias do encontro foi dedicado ao exame dos estudos preparados pelos membros sobre algumas questões éticas e à reflexão sobre o modo sobre como as duas Igrejas apresentam o seu Magistério sobre esta matéria. Além disto, levou-se adiante a preparação dos documentos da precedente fase do diálogo, a ARCIC II, a serem apresentados às respectivas Igrejas. Os membros da Comissão examinaram as respostas recebidas para cada uma das cinco declarações concordadas e prepararam as introduções de cada uma, para contextualizar as situações do caminho ecumênico percorrido até agora.

A ARCIC III – recorda-se – nasceu do encontro realizado em Roma em 2006 entre Bento XVI e o então Primaz anglicano Dr. Rowan Williams. Numa declaração comum, ambos expressaram o desejo de continuar o diálogo ecumênico iniciado em 1970, com a instituição do ARCIC I e contunuado em 1983 com o ARCIC II, visando superar as divisões entre as duas Igrejas devido ao cisma ocorrido no século XVI.

Este processo teve altos e baixos, em relação aos promissores progressos realizados após o Concilio, com a publicação de três documentos: sobre a Eucaristia (1971), sobre Ofício e Ordenações (1973), sobre a autoridade da Igreja (1976-1981). Do ponto de vista teológico, as duas Igrejas se afastaram muito, quando em 1994, a Igreja da Inglaterra autorizou a ordenação sacerdotal de mulheres. Esta distância aumentou com a abertura da Igreja Anglicana à ordenação episcopal feminina em 2008. Não obstante, em 2005 foi publicado um importante documento comum sobre “Maria: Graça e Esperança em Cristo”.

Outra questão que deixou uma marca profunda nas relações entre as duas comunidades é a complexa crise ocorrida dentro da Comunhão anglicana, devido à ordenação episcopal, em 2003, nos Estados Unidos, de um pastor declaradamente homossexual, e pelo reconhecimento da união homossexual. Decisões que, como é sabido, criaram fortes tensões no mundo anglicano e aumentaram ulteriormente a profunda distância em matéria de teologia moral entre Cantuária e Roma.

A publicação em 2009 da Constituição Apostólica de Bento XVI ‘Anglicanorum Coetibus’ - que predispõe a acolhida dos anglicanos que decidiram abandonar a Comunhão anglicana para converter-se ao catolicismo e a consequente ereção de três Ordinariatos na Inglaterra, Estados Unidos e Austrália -, abriu um novo capítulo nas relações entre as duas Igrejas. (JE)








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