Pequenas comunidades eclesiais, meio privilegiado para a Nova Evangelização
Cidade do
Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, na edição de hoje quereremos dar continuidade ao
nosso enfoque da semana passada, cuja atenção esteve centralizada nas paróquias.
Nossa
abordagem em torno da paróquia não foi uma casualidade, evidentemente. Vale lembrar
que "Comunidade de comunidades – uma nova Paróquia" foi o tema que norteou o trabalho
dos nossos bispos na 51º Assembleia Geral da CNBB, realizada de 10 a 19 de abril próximo
passado em Aparecida, SP.
O tema reconduz-nos inevitavelmente ao chamado "Documento
de Aparecida", resultado da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do
Caribe. De fato, um dos frutos amadurecidos da Conferência de Aparecida é o conceito
da paróquia como rede de comunidades, sendo esta, portanto, uma comunidade de comunidades.
Trata-se de uma visão que resgata a experiência das Cebs – Comunidades eclesiais de
base –, já bastante conhecida em nossas Igrejas.
Aparecida assume a Paróquia
comunidade de comunidades, ou seja, organizar uma Igreja viva, participativa, em que,
a partir das pequenas comunidades eclesiais, se vive intensamente a dimensão comunitária
participativa.
Antes de prosseguirmos com a contribuição dos nossos bispos,
como fazemos habitualmente neste espaço dedicado à "Igreja no Brasil na Missão Continental",
vamos ver o que diz exatamente o Documento de Aparecida sobre essas "Pequenas comunidades
eclesiais".
Para isso trazemos dos números 307 a 310 do referido documento.
O texto se insere no capítulo VI "O caminho de formação dos discípulos missionários",
no tópico dedicado aos lugares de formação.
6.4.3 Pequenas comunidades eclesiais
307.
Constata-se que nos últimos anos está crescendo a espiritualidade de comunhão e que,
com diversas metodologias, não poucos esforços tem sido feitos para levar os leigos
a se integrar nas pequenas comunidades eclesiais, que vão mostrando frutos abundantes.
Nas pequenas comunidades eclesiais temos um meio privilegiado para chegar a Nova Evangelização
e para chegar a que os batizados vivam como autênticos discípulos e missionários de
Cristo.
308. Elas são um ambiente propício para se escutar a Palavra de Deus,
para viver a fraternidade, para animar na oração, para aprofundar processos de formação
na fé e para fortalecer o exigente compromisso de ser apóstolos na sociedade de hoje.
Elas são lugares de experiência cristã e evangelização que, em meio à situação
cultural que nos afeta, secularizada e hostil à Igreja, se fazem muito mais necessários.
309.
Se desejamos pequenas comunidades vivas e dinâmicas, é necessário despertar nelas
uma espiritualidade sólida, baseada na Palavra de Deus, que as mantenham em plena
comunhão de vida e ideais com a Igreja local e, em particular, com a comunidade paroquial.
Por outro lado, conforme há anos estamos propondo na América Latina, a Paróquia chegará
a ser “comunidade de comunidades”.
310. Destacamos que é preciso reanimar
os processos de formação de pequenas comunidades no Continente, pois nelas temos uma
fonte segura de vocações ao sacerdócio, à vida religiosa e à vida leiga com especial
dedicação ao apostolado. Através das pequenas comunidades, poder-se-ia também conseguir
chegar aos afastados, aos indiferentes e aos que alimentam descontentamento ou ressentimento
em relação à Igreja.
Por hoje nosso tempo já acabou. Semana que vem tem mais,
se Deus quiser! (RL)