Budapeste (RV) - O Congresso Mundial Judaico (WJC) iniciou sua 14ª Assembleia
geral em Budapeste, neste domingo, 05, protegido por um esquema de segurança excepcional
montado pelas autoridades húngaras, no momento em que o país é palco de manifestações
antissemitas. Jornalistas e fotógrafos da AFP no local constataram que as ruas vizinhas
ao Hotel Intercontinental - onde a conferência será realizada ao longo de três dias
- tinham sido fechadas pela polícia. As restrições de trânsito e proibição de estacionamento
permanecerão em vigor até 8 de maio.
Após o recente ataque em Boston, nos
Estados Unidos, onde as bombas foram escondidas em latas de lixo, a polícia húngara
retirou todas as lixeiras que estavam posicionadas nas redondezas do hotel. “Muitos
de nós não queriam vir, não estamos acostumados a organizar uma conferência sob proteção
policial, mas queríamos mostrar solidariedade para com a comunidade judaica na Hungria,
que é uma das maiores comunidades de judeus na Europa, com mais de 100 mil pessoas.
Ao mesmo tempo, queremos enviar uma mensagem muito forte aos políticos e, em particular,
ao primeiro-ministro e ao Governo húngaro”, declarou à AFP Serge Cwajgenbaum, Presidente
do Congresso Judaico Europeu (EJC).
Incidentes antissemitas foram registrados
na Hungria em 2012 e os organizadores do WJC esperam que Budapeste adote medidas:
“Precisamos de uma mudança, esta é a mensagem que trazemos hoje”, indicou Cwajgenbaum.
Segundo ele, a maneira mais eficaz de lutar contra o antissemitismo é uma legislação
eficaz.
"Legislar, legislar e legislar: estamos em um estado de direito e não
podemos tolerar movimentos com lemas da época do fascismo neste país, também não podemos
tolerar que organizações políticas de manifestem de uma forma abertamente antissemita
e xenófoba", observou. O Primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, fez um discurso
na noite deste domingo diante dos 500 delegados do congresso. Durante a Segunda Guerra
Mundial, a Hungria apoiou o governo nazista de Adolf Hitler na Alemanha. De 500 a
600 mil judeus húngaros morreram nos campos de extermínio. (SP)