Guatemala: Igreja pede calma diante da última onda de violência
Cidade da Guatemala (RV) - A Igreja na Guatemala fez um apelo ao povo pedindo
calma e unidade diante da última onda de violência no país.
Numa nota, o Bispo
de Jalapa, Dom Julio Cabrera Ovalle, recorda às autoridades que eles têm a tarefa
e a responsabilidade de combater a violência de grupos criminosos presentes nessa
área.
O texto ressalta que a ação do Governo deve ser realizada "sem pisotear
os direitos das comunidades e sem ameaçar os líderes sociais e religiosos que promovem
manifestações pacíficas, seguindo as exigências da lei".
A diocese manifesta
sua preocupação com as medidas tomadas contra a comunidade indígena de Xinca de Santa
Maria Xalapan, em Jalapa, quando no último dia 2, os militares invadiram quatro povoados
no sudeste da Guatemala, impondo o estado de emergência.
Esta medida foi imposta
pelo Governo após os confrontos entre a polícia e opositores do projeto de mineração
confiado a uma empresa canadense, o mais recente de uma série de conflitos na extração
de recursos naturais. Duas pessoas morreram nos confrontos e muitas outras ficaram
feridas.
O Presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, anunciou que a medida
durará 30 dias, sendo necessária para restaurar a ordem e a calma. Enquanto isso,
os líderes das comunidades e Igreja Católica, reiteram que na "origem de conflito
social na área, estão os projetos de mineração e a escassa ou nenhuma informação à
população sobre tais projetos".
"Acreditamos que se o Governo tivesse escutado
os pedidos das pessoas, não teria se criado a pressão social que levou à atual situação.
Parece que a intenção é proteger os interesses das empresas de mineração e não os
interesses da população", conclui Dom Ovalle. (MJ)