2013-04-25 18:36:00

Divulgado Relatório sobre liberdade religiosa na Síria


Washington (RV) – A recente destruição do minarete da Mesquita de Omayyadi, em Alepo e o sequestro de dois bispos ortodoxos, simbolizam a ‘ultrapassagem da linha vermelha’ no conflito sírio. No campo de batalha, aumentam as violações dos direitos humanos, abusos da liberdade religiosa, ataques à lugares ou pessoas por motivos religiosos. É o que denuncia o novo Relatório intitulado “Proteger e promover a liberdade religiosa na Síria”, publicado nos dias passados pela Comissão Internacional sobre Liberdade Religiosa (USCIRF, ‘United States International Commision on Religious Freedom’). A Comissão é um organismo independente do Congresso estadunidense, criado em 1998 para monitorar a liberdade religiosa no mundo.

O relatório denuncia que “forças governamentais perpetraram ataques com motivação religiosa contra civis muçulmanos sunitas e membros de comunidades religiosas minoritárias”, enquanto “cresce a violência sectária e a retórica da violência baseada na religião”. "É sempre mais preocupante a condição da liberdade religiosa na Síria”, marcada pela escalada da violência e crise humanitária, com forte impacto sobre todas as comunidades religiosas.

Os protestos pacíficos iniciados em março de 2011 – recorda o relatório – não tinham caráter religioso ou sectário. O Presidente Bashar al-Assad ordenou uma repressão violenta e o regime afirmou repetidamente que estava combatendo “facções islâmicas”.

Em dezembro de 2012, o “Conselho para os Direitos Humanos das Nações Unidas observou que o conflito havia se tornado sempre mais polarizado e violento, não somente entre as forças pró-Assad e forças de oposição, mas também entre grupos com motivação étnica e religiosa".

Cresceu “a retórica da violência religiosa”, assim como o fluxo de elementos estrangeiros com uma agenda sectária e extremista. Na guerra – prossegue o texto – as identidades étnicas e religiosas se cruzam com aspectos políticos e “inteiros bairros das cidades tendem a ser dominados por específicos grupos étnicos ou religiosos”.

“Ataques com motivação religiosa são perpetrados tanto pelo regime de al-Assad como por parte das forças de oposição que buscam a sua vingança, provocando graves violações da liberdade religiosa”, observa a Comissão. Tais violações “ameaçam também a vida religiosa da Síria, aumentando a probabilidade de violência religiosa e de retaliação pós-governo, quando as minorias religiosas estarão particularmente vulneráveis”, adverte o texto.

Segundo fontes da oposição, o regime de Assad e os seus milicianos destruíram mais de 500 mil edificações, entre os quais casas, escolas, mesquitas, igrejas e hospitais. Também grupos armados da oposição, em particular estrangeiros, perpetraram ataques similares. O Relatório cita a antiga Sinagoga de Damasco, saqueada e danificada, a destruição de mesquitas xiitas, os sequestros e ataques contra líderes cristãos e profanações de igrejas, como o histórico Santuário de São Marun, na localidade de Barad, nas proximidades de Alepo.

(JE)








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