Cidade do Vaticano (RV) – No primeiro mês de Pontificado, Papa Francisco manifestou
uma série de gestos de sua “renúncia a tudo aquilo que possa relacionar a Cúria Romana
a uma corte imperial”. Foi o que afirmou o Presidente emérito do Pontifício Conselho
para a Unidade dos Cristãos, Cardeal Walter Kasper, numa entrevista ao Serviço de
Informação Religiosa (SIR).
Para o Cardeal, “até o momento, foram apenas sinais,
mas sinais que trazem esperança. Existe uma visão de esperança para a Igreja”.”Por
outro lado, não sejamos ingênuos. O Evangelho sempre encontrará oposição, assim, estou
certo que logo este Papa será alvo de ataques”. “Por isto – continua o Cardeal – o
Papa tem necessidade do apoio e das orações de todas as pessoas de boa vontade”.
Na
entrevista, o purpurado se deteve, em particular, no grupo de oitos Cardeais dos cinco
continentes, nomeados para ajudar o Santo Padre no governo da Igreja e na reforma
da Cúria: “hoje, o período do eurocentrismo passou. Porém, o nosso mundo globalizado,
em constantes e velozes mudanças, é muito complexo. Assim o Papa, para o seu governo,
tem necessidade de consultores de todos os continentes com suas culturas muito diversificadas.
É necessário agora realizar mais expressamente a ideia de colegialidade e da unidade
na multiplicidade, como expressou o Concílio Vaticano II”.
O Cardeal Kasper
viveu o Conclave “como um evento profundamente espiritual; existia a sensação de um
sopro do Espírito Santo, que agora se expandiu ao povo de Deus. Existia uma visão
de esperança para a Igreja”, conclui. (JE)