Cidades mais humanas, pede o arcebispo de Londres, Dom Vincent Nichols
Londres (RV) - Em debate na Catedral de Saint Paul, Dom Vincent afirmou que
a crise econômica contribuiu para acentuar a sensação de isolamento das pessoas que
moram em anônimos arranha-céus, quase sempre sozinhas. Mas – questionou – se as cidades
são formadas por pessoas que nelas habitam e trabalham, devemos nos perguntar: “Que
tipo de cidade queremos? Cidades impessoais ou cidades de pessoas vivas? Cidades que
ajudem a população em seu bem-estar ou cidades que induzam à depressão e ao desconforto?”.
Dom Vincent Nichols destacou o valor humano das comunidades, principalmente
do ponto de vista psicológico. “As relações fazem parte de nossa realidade humana;
não somos simples indivíduos isolados. Nascemos em comunidades: em nossa família,
em nosso país encontramos a realização no contato com os outros no âmbito da sociedade.
Como cristãos, nosso modelo é a sociedade trinitária divina”.
O arcebispo
contextualizou suas afirmações com a história: “Na antiga Grécia – explicou – a ‘polis’
era uma comunidade de cidadãos que vivia em estilo democrático. Aristóteles a codificou
com o termo ‘política’, no sentido de construção virtuosa a serviço do bem comum.
Em qualquer cidade onde vivemos, estamos no mesmo barco e cada um é responsável por
todos”.
Nossas cidades nasceram destes fundamentos, porque seus habitantes
eram unidos por relações de confiança e solidariedade. Hoje, vemos fechamentos egoístas
onde cada um faz as suas coisas: a acentuação dos interesses pessoais mina o conceito
de comunidade urbana e as próprias instituições. “Assim não existe mais tecido urbano!”
- concluiu. (CM)