Arcebispo Chullikatt sobre violência em guerra contra mulheres: "Ultraje à consciência
da humanidade"
Nova York (RV) - As violências sexuais como arma de guerra são "um ultraje
à consciência da humanidade" e "todos os Estados e a comunidade internacional devem
fazer o melhor de si" para impedir tais violências.
Foi o apelo que o observador
permanente da Santa Sé na ONU, Dom Francis Chullikatt, lançou no pronunciamento que
fez em 17 do corrente, no âmbito do debate sobre mulheres, paz e segurança.
"Os
contínuos episódios de violência sexual são um fenômeno que desencoraja e entristece",
inclusive considerando o papel de "aliadas da paz" desempenhado pelas mulheres em
muitos contextos de guerra, disse Dom Chullikatt.
Essas ações odiosas têm diferentes
origens, explicou o arcebispo citando um relatório do secretário-geral da ONU. É decepcionante
que a esse propósito não sejam ressaltados "os ataques seletivos" baseados em pertenças
religiosas, apesar de tais ataques se verificarem em "quase todas as partes do mundo",
observou o representante da Santa Sé.
A violência contra as mulheres – prosseguiu
– "é uma humilhação da dignidade delas", mas também da dignidade "do agressor", que
com essas ações "avilta" a sua natureza humana.
Em seguida, o representante
da Santa Sé deteve-se sobre as possíveis medidas de prevenção à violência, ressaltando
também a importância de normas penais que protejam as vítimas das violências e tornem
os responsáveis puníveis.
O representante vaticano ressaltou que é igualmente
importante a assistência às vítimas, que muitas vezes são "marginalizadas de suas
comunidades" de origem.
A esse propósito, Dom Chullikatt recordou que o aborto
só representa "uma ulterior violência contra uma mulher já em dificuldade" a quem,
ao invés, deveria ser oferecida ajuda para todo tipo de necessidade "material, social
e espiritual". (RL)