2013-04-19 10:47:46

Papa Francisco recebeu o Patriaca Gregorios III Laham


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O Papa Francisco recebeu em audiência nesta quinta-feira, 18, no Vaticano, o patriarca greco-melquita de Damasco, Gregorios III Laham. Entrevistado pela Radio Vaticano o Patriarca falou sobre a guerra na Síria:
Dom Laham: "Infelizmente, na Europa e nos Estados Unidos fala-se somente de armamento ou não armamento. É realmente uma pena pensar somente nesses termos. Não se fala de esforços mais sérios, realistas e eficazes para a paz. Armamento ou não armamento, não é esse o ponto! Nós somos as vítimas dessa hesitação. Neste momento, temos muitos cristãos entre as vítimas. Tudo isso como se nada tivesse acontecido! Há uma clara injustiça na consideração, na avaliação da situação. Morremos, todos os dias somos vítimas do caos, corremos o risco de ser sequestrados, de permanecer vítimas de alguma explosão, e esta explosão poderia ser de uma escola, uma fábrica, uma universidade, contra pessoas que caminham pelas ruas, uma igreja. O problema não é armamento ou não armamento. O problema é como fazer a paz nesta terra que, como disse o Santo Padre, está sofrendo. Já são dois anos de Via Sacra."
O Patriarca olhando para o conflito e tendo em conta o impacto sobre os países vizinhos, como Líbano, Jordânia e Israel adiantou ainda a sua visão para o futuro daquela região:
Dom Laham: "Colocamos as nossas esperanças neste encontro que se realizará em junho próximo entre Putin e Obama. Esperamos que os dois países possam chegar a um acordo sobre como sair da crise e não sobre armamentos. Se ficarmos nessa dialética de armamento ou não armamento e a quem fornecer armas, só teremos mais combates, mais vítimas, mais misérias e sofrimentos no Médio Oriente. Neste momento o Líbano corre mais perigos do que a Síria, porque é mais frágil, mais dividido, é um pequeno país e os seus problemas são graves. Beirute queima todos os dias, estamos constantemente ameaçados. A Jordânia ainda se salva, a Palestina sofre no entanto, Gaza sofre, estão divididos; o Iraque está traumatizado, sempre vítima de explosões, atentados e divisões internas. É por esta razão que fazer a paz na Síria significa fazer a paz em todo o Médio Oriente. É o melhor passo para a paz na Palestina e para a solução do conflito israelense-palestino. As relações entre Oriente e Ocidente estão condicionadas por uma solução justa e equitativa dos problemas da Síria."












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