Cardeal Vegliò aos circenses: a arte de vocês é exemplo de fraternidade num mundo
individualista
Cidade do Vaticano (RV) - A arte circense é portadora de uma mensagem de solidariedade
e fraternidade, que a Igreja aprecia com reconhecimento.
É o que afirma o presidente
do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Cardeal Antonio
Maria Vegliò, na Mensagem endereçada ao presidente da Federação Mundial do Circo,
que neste sábado, dia 20, celebra a IV Jornada dedicada ao tema.
Encontra-se
ainda fresco na memória de muitos artistas e trabalhadores deste setor a audiência
que há pouco mais de quatro meses e meio – era dezembro de 2012 – Bento XVI concedeu
às pessoas do espetáculo itinerante, que compreende também pessoal do parque de diversões,
fantoches, artistas de rua e outras categorias.
O Cardeal Vegliò cita em sua
mensagem uma consideração do Papa emérito, que naquela ocasião evidenciou que a tradição
circense é caracterizada tanto pelo "diálogo entre as gerações" quanto por um profundo
"sentido da amizade" e do "gosto pelo trabalho de equipe".
Exteriormente, no
contato com o público, o circo, com os seus números e com as suas coreografias "cria
ocasiões únicas de comunicação" e "oportunidade de lazer sereno, do qual o homem de
hoje tem tanta necessidade", observa o Cardeal Vegliò citando ainda Bento XVI.
"Com
esta mensagem – prossegue o purpurado – desejo expressar o reconhecimento da Igreja
às associações e aos artistas circenses do mundo inteiro", de modo particular àqueles
circenses que "com coragem e generosidade – afirma o Cardeal Vegliò – vão a países
atingidos por guerras, pela violência e por calamidades naturais, para oferecer a
tantas pessoas que sofrem – especialmente às crianças e aos anciãos – momentos de
paz, relaxamento e alegria".
O presidente do referido dicastério vaticano conclui
recordando as palavras do Papa Francisco pronunciadas exatamente um mês atrás, na
missa de início de seu ministério petrino: "Temos necessidade de ver a luz da esperança
e de dar a nós mesmos a esperança."
E um reflexo dessa luz, num mundo "não
raramente egoísta e individualista", pode-se colher também mediante o talento atlético
e artístico que os circenses sabem oferecer com generosidade a quem vai aplaudi-los.
(RL)