Arcebispo Paglia recorda a eleição de Bento XVI: um Pontificado no signo do amor e
da humildade
Cidade do Vaticano (RV) - "Um humilde trabalhador na Vinha do Senhor": com
essas palavras, em 19 de abril de 8 anos atrás, Bento XVI se apresentava ao mundo
após a eleição a 264º Sucessor de Pedro. Sobre a herança espiritual do Pontificado
de Joseph Ratzinger, agora Papa emérito, a Rádio Vaticano ouviu o presidente do Pontifício
Conselho para a Família, o Arcebispo Vincenzo Paglia. Eis o que disse:
Dom
Vincenzo Paglia:- "Creio que seja muito oportuno recordar este dia. Em primeiro
lugar, para agradecer ao Senhor por ter-nos dado um Papa como Bento XVI, o qual justamente
como um humilde trabalhador da Vinha sulcou grandemente esta vinha abençoada. Todo
o seu Pontificado é realmente marcado pela humildade: a humildade de quem não se poupou
no trabalho, a humildade de quem quis fazer prevalecer a verdade sobre qualquer outra
idéia, a humildade de quem realmente deu a sua vida."
RV: Humildade no gesto
da renúncia, uma humildade jamais fim a si mesma, mas – como ele disse – para o bem
da Igreja...
Dom Vincenzo Paglia:- "Sim, exatamente! Nesse sentido
podemos dizer que a leitura profunda deste gesto está numa paixão pela verdade e pelo
amor. Nestas duas dimensões se pode colher a profundidade espiritual do gesto do Papa
Bento: realmente não pensou somente em si mesmo, mas pensou na Igreja, pensou na indispensabilidade
que o Evangelho corra ainda mais veloz nos caminhos de um mundo que corre o risco
de perder o sentido da existência. E eis que temos essa espiral aberta pelo Papa Bento
e o carisma do Papa Francisco que com simplicidade – diria, com a mesma simplicidade
de Bento XVI – tem chegado ao coração dos homens e mulheres."
RV: Quando
o Papa Francisco encontrou Bento XVI em Castel Gandolfo, disse: "Somos irmãos!" Eis,
seguramente um irmanar-se na humildade pelo bem da Igreja...
Dom Vincenzo
Paglia:- "Não há dúvida. Olhando para essas duas figuras, de modo espontâneo me
tornam em mente também as figuras que os precederam. Penso em João XXIII, no próprio
Papa Luciani, bem como em João Paulo II e em Paulo VI... Eis que a história desses
papas se entrelaça nessas duas figuras últimas de pontífices. Realmente, devemos agradecer
ao Senhor por ter-nos dado papas como estes que marcaram a Igreja e o mundo." (RL)