O Senado norte-americano rejeitou nova lei das armas
O Senado americano rejeitou na noite que quarta-feira, uma medida que visava alargar
a verificação de antecedentes criminais dos compradores de armas, uma medida que tinha
sido defendida por Barack Obama. Segundo o jornal Público a nova legislação implicava
que a verificação dos antecedentes passasse a ser feita também nas armas vendidas
em feiras de armamento e na Internet. Actualmente, a verificação acontece nas vendas
feitas em lojas especializadas. O Presidente norte-americano reagiu imediatamente,
fustigando a atitude de uma “minoria” de senadores e acusando o lobby das armas de
ter “deliberadamente mentido” para fazer fracassar esta reforma legislativa. “É um
dia de vergonha para Washington”, disse, em conferência de imprensa, prometendo aos
americanos que “mais cedo ou mais tarde, está lei passará”. Rodeado por alguns familiares
de vítimas do massacre da escola de Sandy Hook onde um atirador matou 20 crianças
e seis adultos no dia 14 de Dezembro, o Presidente Obama disse que “a memória destas
crianças exige esta lei, tal como o exige o povo americano”. Obama citou as sondagens
que mostram que 90% dos americanos se declararam favoráveis a um controlo mais apertado
na venda de armas e apelou a todos para se manterem mobilizados já que a derrota de
quarta-feira foi apenas “o primeiro round”. A proposta, que tinha sido negociada
entre um senador democrata e outro republicano, teve 54 votos a favor e 46 votos contra.
Para ter passado, precisava do voto favorável de 60 dos 100 senadores, mas a “deserção”
de quatro senadores democratas para o lado dos republicanos deitou tudo a perder.
Este desfecho representa uma derrota política para Obama e o fracasso das suas tentativas
para aumentar o controlo sobre o porte de armas e uma vitória da National Rifle Association,
o influente grupo de defesa do direito ao uso de armas.