Não à violência, não à guerra - apelam os Bispos de Moçambique
A conferência Episcopal de Moçambique que esteve reunida de 8 a 15 deste mês em Assembleia
plenária ordinária, no Maputo, emitiu uma nota pastoral intitulada “Não à violência,
não à guerra”.
Na sequência dos acontecimento de 3 e 4 deste mês em Manica
e Sofala, em que diversas pessoas perderam a vida em confrontos armados e numa emboscada
na estrada nacional n. 1, os bispos frisam que estes episódios assim como outros do
passado são fruto da intolerância política que tem caracterizado os últimos anos e
em que o partido no poder e a Renamo têm sido os protagonistas. Então, retomando
quanto já tinham afirmado na nota de Agosto do ano passado, a Conferência Episcopal
Moçambicana volta a perguntar-se se este renhido antagonismo, falta de dialogo e tolerância
entre os partidos mais fortes do país não constitui uma ameaça à paz e à democracia
no país. E mais uma vez denunciam e condenam vigorosamente, as situações de injustiça,
de exclusão social, de arrogância, intimidação, incitamento à violência verbal e física…
Dirigindo-se directamente ao Presidente da Republica, Armando Guebuza e ao líder
da Renamo, Afonso Djakama, que não cessam de apregoar a importância da paz, os bispos
voltam a recordar-lhes que só o diálogo, o respeito mútuo e a tolerância podem por
termo a situações que podem descambar em violência mortais como as do início deste
mês na Manica e Sofala… Então, juntamente com o povo os bispos reafirmam o seu
Não à Guerra, pequena ou grande que seja, armada ou verbal, venha donde vier e de
quem vier. O caminho justo e correcto é o diálogo franco, honesto e respeitoso – escrevem
na nota dirigida aos cristãos, às pessoas de boa vontade, às autoridade politicas,
religiosas, civis e militares. E terminam apelando a que se restabeleça o método
do dialogo; a criar um ambiente de paz; que nenhum partido seja hostilizado... Chamam
também a atenção para o perigo de as divisões constituírem uma ocasião para gananciosos
se aproveitarem das riquezas do país e convidam o povo a não se deixar manipular por
ninguém. Os sacerdotes são exortados a serem solícitos em ajudar os fiéis e as
pessoas de boa vontade a viver a politica na justiça, verdade e respeito recíproco,
a serem verdadeiro ministros que promovem a paz e a reconciliação no seio do Povo.
A Nota é assinada pelos 13 bispos católicos do país que apresentam também uma
palavra de comunhão e solidariedade na dor às famílias das vítimas dos acontecimentos
de 3 e 4 de Março.
(Veja a versão integral na secção documentos, homilias,
discursos...)