Francisco: "Concílio é fruto do Espírito, mas permanece inaplicado"
Cidade
do Vaticano (RV) – Nesta terça-feira, 16, Bento XVI completa 86 anos e Papa Francisco
o lembrou no início da missa celebrada em sua residência, na Casa Santa Marta.
“Oferecemos-lhe
a Missa, para que o Senhor esteja com ele, o conforte e lhe dê muito consolo”.
Na homilia, o comentário da primeira leitura do dia: o martírio de Santo Estevão,
que antes de ser lapidado anunciou a Ressurreição de Cristo e advertiu para a resistência
ao Espírito Santo. O Papa repetiu que mesmo em meio de nós, ainda existe esta resistência.
“Ao que parece, hoje o Espírito Santo nos incomoda, porque nos incentiva,
empurra a Igreja para que vá adiante. E nós queremos que ele adormeça, queremos domesticá-lo,
e isto não é bom porque Ele é Deus e é a força que nos consola, a força para prosseguirmos.
Mas seguir avante dificulta... a comodidade é melhor!”.
“Hoje – prosseguiu
o Papa – aparentemente estamos todos contentes com a presença do Espírito Santo, mas
não é assim. Por exemplo, vamos pensar no Concílio:
“O Concílio foi uma
linda obra do Espírito Santo. Pensamos no Papa João XXIII: um pároco bom, obediente
ao Espírito Santo. Mas depois de 50 anos, fizemos tudo o que o Espírito Santo nos
disse no Concílio? Não. Comemoramos este aniversário, erguemos um monumento, mas desde
que não incomode. Nós não queremos mudar, e o pior: alguns querem voltar atrás. Isto
é ser teimoso, significa querer domesticar o Espírito Santo; ser tolo, de coração
lento”.
Francisco ressaltou que o mesmo acontece em nossas vidas pessoais
e exortou: “Não oponhamos resistência ao Espírito. É Ele que nos liberta. Caminhemos
na estrada da docilidade do Espírito Santo, no caminho da santidade da Igreja!”. (CM)