2013-04-16 18:26:32

Aparecida: Bispos debatem novamente o tema central


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Aparecida (RV) – Os participantes da 51 a assembleia geral da CNBB têm uma longa pauta para esse que já é o sétimo dia de encontro. O Tema Central voltou a ser trazido para o debate em plenário. Este ano, os bispos tratam do tema: “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”.

Desde o segundo dia da reunião, na quinta-feira passada, o trabalho de aprofundamento do tema tem sido feito regularmente. Este assunto deverá ser remetido para as comunidades das dioceses de todo o Brasil depois que encerrar a reflexão dos bispos para que sejam também enriquecido pela participação de todos os membros da Igreja, isto é, o clero, os religiosos e os leigos. Sobre o tema central eis o que nos disse Dom Murilo Krieger, Arcebispo de Salvador (BA) e Primaz do Brasil…

Dom Sergio Castriani, arcebispo de Manaus (AM) e presidente da comissão que preparou o texto do tema central desta assembleia confirmou que paróquia é a grande escola de fé, oração, valores e costumes cristãos e que a experiência de cada pessoa nesse ambiente dinâmico é muito importante: “a paróquia continua sendo uma referência importante para o povo cristão, inclusive para os ‘não praticantes’, ela pode se tornar um farol sempre mais luminoso, especialmente nestes tempos de incerteza e inseguranças”. Dom Castriani destacou também que o episcopado está convencido de que é preciso fazer uma renovação urgente nas paróquias. “As mudanças da realidade estão pedindo uma nova organização e acreditamos que esta renovação está ligada à articulação de pequenas comunidades capazes de estabelecer vínculos entre as pessoas que convivem na mesma fé”.

O Ecumenismo e o diálogo inter-religioso foram outras temáticas apresentadas aos bispos por meio do relatório da Comissão Episcopal Pastoral responsável pelas atividades nesse campo. As iniciativas dessa natureza manifestam a abertura da Igreja e compromisso de promover o diálogo e a unidade. O pluralismo religioso dos tempos atuais é um dos maiores desafios da Igreja.

Dom Francisco Biasin, bispo de Barra do Pirai-Volta Redonda (RJ) e presidente da comissão responsável por essa área citou em uma entrevista concedida ao jornal Santuário: “Encontramos uma pluralidade de manifestações de Deus dentro da própria revelação bíblica: ‘Muitas vezes e de modos diversos falou Deus, outrora aos pais pelos profetas’ (Hb1,1)”. E conclui: “Graças a Deus, aos poucos, nas culturas pós-modernas se aceitou o pluralismo religioso pelo qual, dentro da mesma sociedade, as pessoas podem professar a sua fé com liberdade e respeito das diferenças”.

Outros momentos da pauta de hoje da assembleia: palavra da Comissão Episcopal para animação bíblico-catequética; orientações para as Novas formas de Vida Religiosa e Comunidades; assessoria para a Vida Religiosa – Monástica Contemplativa; encontros da Vida Monástica e Contemplativa; criação do Regional do Tocantins e estudo de Documento sobre os Quilombolas. Para concluir os trabalhos, no final da tarde, mais precisamente das 18:45 às 19:30hs, os bispos participam de uma celebração ecumênica.

Na coletiva de hoje a presença do Cardeal Cláudio Hummes , Arcebispo emérito de São Paulo e Presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia; Dom Murilo Krieger, Arcebispo de Salvador (BA) e Primaz do Brasil, e Dom Francisco Biasin, Bispo de Barra do Pirai-Volta Redonda (RJ).

A luta para assegurar os direitos dos povos indígenas foi o tema ao qual se dedicou a Santa Missa da 51ª Assembleia Geral da CNBB desta terça-feira, 16 de abril.

A Celebração Eucarística foi presidida pelo bispo de Roraima, Dom Roque Paloschi, que destacou em sua homilia três palavras em homenagem aos povos indígenas: gratidão, compromisso e memória. Dom Roque destacou que ao longo dos últimos 40 anos o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) lutou pelos direitos dos povos indígenas e suas causas.

O bispo de Roraima agradeceu ao bispo da Prelazia do Xingu (PA), Dom Erwin Kräutler pelas constantes lutas em favor dos indígenas no Brasil.

“Apesar de perseguido, Dom Erwin recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade do Pará em gratidão pela sua luta em defesa dos povos indígenas e pela luta contra construção da Usina de Belo Monte. Convivendo com os povos indígenas a Igreja está sempre presente diante de suas causas”, afirmou.

O título é a maior comenda que a universidade concede a alguém. Desde o início, Dom Erwin abraçou a causa dos povos da Amazônia, envolvendo-se nas lutas concretas dos indígenas, ribeirinhos, operários, e denunciando as injustiças cometidas contra pessoas e povos em situação vulnerável.

Dom Roque afirmou também que esta luta alimenta a esperança de que um mundo mais justo e destacou a exploração de muitos grupos políticos e econômicos que atacam e violam os direitos indígenas. O bispo chamou atenção para a causa dos índios guaranis kaiowás que estão em pequenas terras e sofrendo ataques.

“Este grito que sobe aos céus não pode passar por nós sem deixar sua marca e nos comprometer. Isso também é responsabilidade do Estado e precisa de uma solução”.

Dom Roque explicou que Jesus multiplica os pães e chamou a atenção para onde está o pão da justiça e paz para os povos indígenas.

“Qual o pão da vida que damos hoje aos povos indígenas? Pois eu respondo que é a coragem profética de lutar por sua dignidade”, destacou.

Ao final de sua reflexão, o bispo pediu a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil pelas lutas e causas dos indígenas. Nós conversamos com Dom Roque…. (Silvonei José)







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