Criação de Conselho de Cardeais, as razões de Francisco
Cidade do Vaticano (RV) – A decisão do Papa Francisco de criar um 'Conselho'
formado por 8 Cardeais dos cinco continentes representa o primeiro resultado concreto
das discussões realizadas nas Congregações Gerais pré-Conclave. Anunciado no último
sábado, 13, quando se completava um mês do seu pontificado, o Conselho deverá, além
de propor reformas na Cúria romana, auxiliar o Santo Padre no governo da Igreja.
Este
'Conselho', não é uma 'comissão', mas somente um grupo de trabalho, com poderes consultivos,
que tem a característica peculiar de reunir um grupo de Cardeais que – à exceção do
Presidente do Governatorato Giuseppe Bertello -, são ou foram todos arcebispos titulares
e desempenharam cargos importantes nas suas respectivas conferências episcopais.
O
‘Conselho’ é formado pelo Cardeal-arcebispo Emérito de Santiago do Chile, Francisco
Javier Errazuriz Ossa; o Cardeal-arcebispo de Mumbai, Índia, Oswald Gracias; o Cardeal-arcebispo
de Munique, Alemanha, Reinhard Marx; o Cardeal-arcebispo de Kinshasa, República Democrática
do Congo, Laurent Monsengwo Pasinya; o Cardeal-arcebispo de Boston, Sean Patrick O’Malley;
o Cardeal-arcebispo de Sidney, Austrália, George Pell e o Cardeal italiano Giueseppe
Bertello, Presidente do Governatorato da Cidade do Vaticano. Por fim, o segundo latino-americano
e coordenador do grupo de trabalhos, o Cardeal-arcebispo de Tegucigalpa, Oscar Andrés
Rodríguez Maradiaga. O Secretário será o Bispo de Albano Dom Marcello Semeraro.
Os membros deste grupo deverão colaborar com o Papa Francisco, aconselhá-lo no
governo da Igreja universal e estudar um projeto de revisão da Constituição Apostólica
Pastor bonus, que regula a atividade da Cúria.
Deste modo, o Papa, que
demonstra ter a intenção de intensificar a relação direta com os chefes dos Dicastérios
da Cúria, escolheu criar um 'Conselho', formado por oito Cardeais, sendo que apenas
um trabalha na Cúria. É uma forma de envolver mais diretamente as Igrejas locais e
ao mesmo tempo ter um instrumento consultivo ágil, capaz de reunir-se também mais
vezes durante o ano, ou mesmo de ser consultado sem dificuldade sobre questões urgentes,
caso o Papa julgar necessário.