Aparecida
(RV) – Mais de 360 pastores da nossa Igreja Católica estão reunidos em Aparecida,
no Santuário Nacional, desde o último dia 10 de abril para a 51ª Assembleia Geral
da CNBB. Os trabalhos se encerram no próximo dia 19. Tema central do encontro “Comunidade
de comunidades: uma nova paróquia”, um tema que visa repensar o serviço que as nossas
paróquias oferecem à evangelização. Segundo os nossos bispos a sociedade atual está
vivendo cada vez mais uma realidade urbana, digital e virtual e por isso é necessário
rever as próprias estruturas das paróquias.
Mas o que são as paróquias? Na
Igreja Católica a definição é dada pelo próprio Código de Direito Canônico que afirma
que “paróquia é uma determinada comunidade de fiéis, constituída estavelmente na Igreja
particular, e seu cuidado pastoral é confiado ao pároco como a seu pastor próprio,
sob a autoridade do Bispo diocesano”. (Cân. 515 § 1º).
Para o Secretário-geral
da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Ulrich Steiner,
a paróquia, na forma em que foi criada e pensada, não responde mais às necessidades
do tempo, mas “continua sendo um instrumento importante para a dinamização da Igreja”.
Por isso, Segundo Documento de Aparecida a paróquia não deve ser um lugar apenas para
a busca dos sacramentos, mas um local onde as pessoas possam se encontrar, celebrar
e enfrentar a vida cotidiana.
Os bispos reunidos em Aparecida refletem sobre
tudo isso, e podemos identificar nas palavras desses pastores que há uma grande vontade
de uma paróquia mais viva, “uma Igreja que realmente é uma presença ativa, uma presença
de conselho, de esperança, de fraternidade e justiça”.
Os bispos católicos
além de refletirem sobre temas de grande importância para a Igreja, como a Questão
Agrária, o Diretório de Comunicação etc. têm também a oportunidade, e esse é o grande
diferencial desse evento, de poderem se encontrar, de rever velhos amigos, de contar
as experiências vividas no ano que os separou desde o último encontro. De contar como
está a vida, a saúde os projetos, os anseios e dificuldades; como numa grande família
quando os parentes se encontram e se interrogam sobre o tempo que passou. É isso que
vemos nos corredores do Santuário de Aparecida, amigos que com o passar do tempo se
tornaram mais velhos, mas ao mesmo tempo mais amigos, mais próximos apesar das distâncias.
É a grande família dos pastores do Brasil que se encontram para refletir, rezar, decidir
questões, mas também para se sentirem partícipes, em união, da mesma Igreja, da mesma
fé.
As assembleias dos bispos católicos do Brasil trazem consigo um forte desejo
de colegialidade capaz de iluminar a vida de toda a Igreja. Um espírito que se renova
constantemente e que ajuda o caminhar dos milhões de fiéis dispersos em todos os ângulos
do nosso imenso território. As Assembleias não são somente encontros de discussão,
mas sim pequenos pentecostes que ajudam a vislumbrar o caminho a ser percorrido a
ser indicado aos homens de boa vontade.
A assembleia deste ano em Aparecida
também está marcada pelos últimos acontecimentos da Igreja; da renúncia do Papa Bento
XVI à eleição do Papa Francisco; do grande gesto de humildade de Bento aos grandes
gestos de caridade de Francisco. Momentos de grande profundidade e significado. E
é a Francisco que os bispos enviarão no final da Assembleia uma mensagem, como tem
acontecido nas assembleias gerais anteriores. A mensagem será enviada ao Santo Padre
expressando a comunhão, a fidelidade e o desejo de trabalhar e estar juntos a serviço
do Evangelho.
É bom sentir nos nossos pastores que “eles tem o cheiro das
ovelhas” e que olham para elas com a ternura de quem jamais se cansa de apascentá-las.
(Silvonei José)