2013-04-13 09:01:35

Editorial: Novos encontros


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Aparecida (RV) – Mais de 360 pastores da nossa Igreja Católica estão reunidos em Aparecida, no Santuário Nacional, desde o último dia 10 de abril para a 51ª Assembleia Geral da CNBB. Os trabalhos se encerram no próximo dia 19. Tema central do encontro “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”, um tema que visa repensar o serviço que as nossas paróquias oferecem à evangelização. Segundo os nossos bispos a sociedade atual está vivendo cada vez mais uma realidade urbana, digital e virtual e por isso é necessário rever as próprias estruturas das paróquias.

Mas o que são as paróquias? Na Igreja Católica a definição é dada pelo próprio Código de Direito Canônico que afirma que “paróquia é uma determinada comunidade de fiéis, constituída estavelmente na Igreja particular, e seu cuidado pastoral é confiado ao pároco como a seu pastor próprio, sob a autoridade do Bispo diocesano”. (Cân. 515 § 1º).

Para o Secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Ulrich Steiner, a paróquia, na forma em que foi criada e pensada, não responde mais às necessidades do tempo, mas “continua sendo um instrumento importante para a dinamização da Igreja”. Por isso, Segundo Documento de Aparecida a paróquia não deve ser um lugar apenas para a busca dos sacramentos, mas um local onde as pessoas possam se encontrar, celebrar e enfrentar a vida cotidiana.

Os bispos reunidos em Aparecida refletem sobre tudo isso, e podemos identificar nas palavras desses pastores que há uma grande vontade de uma paróquia mais viva, “uma Igreja que realmente é uma presença ativa, uma presença de conselho, de esperança, de fraternidade e justiça”.

Os bispos católicos além de refletirem sobre temas de grande importância para a Igreja, como a Questão Agrária, o Diretório de Comunicação etc. têm também a oportunidade, e esse é o grande diferencial desse evento, de poderem se encontrar, de rever velhos amigos, de contar as experiências vividas no ano que os separou desde o último encontro. De contar como está a vida, a saúde os projetos, os anseios e dificuldades; como numa grande família quando os parentes se encontram e se interrogam sobre o tempo que passou. É isso que vemos nos corredores do Santuário de Aparecida, amigos que com o passar do tempo se tornaram mais velhos, mas ao mesmo tempo mais amigos, mais próximos apesar das distâncias. É a grande família dos pastores do Brasil que se encontram para refletir, rezar, decidir questões, mas também para se sentirem partícipes, em união, da mesma Igreja, da mesma fé.

As assembleias dos bispos católicos do Brasil trazem consigo um forte desejo de colegialidade capaz de iluminar a vida de toda a Igreja. Um espírito que se renova constantemente e que ajuda o caminhar dos milhões de fiéis dispersos em todos os ângulos do nosso imenso território. As Assembleias não são somente encontros de discussão, mas sim pequenos pentecostes que ajudam a vislumbrar o caminho a ser percorrido a ser indicado aos homens de boa vontade.

A assembleia deste ano em Aparecida também está marcada pelos últimos acontecimentos da Igreja; da renúncia do Papa Bento XVI à eleição do Papa Francisco; do grande gesto de humildade de Bento aos grandes gestos de caridade de Francisco. Momentos de grande profundidade e significado. E é a Francisco que os bispos enviarão no final da Assembleia uma mensagem, como tem acontecido nas assembleias gerais anteriores. A mensagem será enviada ao Santo Padre expressando a comunhão, a fidelidade e o desejo de trabalhar e estar juntos a serviço do Evangelho.

É bom sentir nos nossos pastores que “eles tem o cheiro das ovelhas” e que olham para elas com a ternura de quem jamais se cansa de apascentá-las. (Silvonei José)







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