2013-04-12 15:36:32

Egito: muçulmanos e cristãos unidos contra violência sectária


Cairo (RV) – Mais de 5 mil egípcios - cristãos e muçulmanos -, foram às ruas em protesto contra as violências ocorridas nas cercanias da Catedral de São Marcos (Abbasya), Cairo, no último domingo. Aos gritos de 'muçulmanos e coptos lado a lado para construir um novo amanhecer' e 'coptos e muçulmanos são filhos do Egito', os manifestantes saíram do centro do Cairo e foram até a Catedral. A manifestação foi organizada por diversos movimentos surgidos após a 'revolução' e contou com a participação de cidadãos comuns, sobretudo muçulmanos, que quiserem expressar sua solidariedade aos colegas, amigos e vizinhos cristãos.

Um dos muçulmanos presentes na manifestação, Hisham el-Shazly, afirmou que “eu jurei para mim mesmo que iria participar da manifestação. Os meus vizinhos são coptos e eu não podia deixar de manifestar meu apoio a eles”. Ele acrescentou que “não existem motivos para divisão entre cristãos e muçulmanos, todos somos habitantes deste país. Os cristãos não são aliados dos muçulmanos, pois os aliados podem ir embora, mas os cristãos são habitantes do Egito. Este regime é que está tentando dividir irmãos e irmãs, pais e filhos”, denunciou. “Eu tenho dito aos meus amigos para abrirem o olho neste sentido, de que não existe diferença entre cristãos e muçulmanos. É o regime que quer colocar uma comunidade contra a outra para poder manter o controle sobre o País”, afirmou.

Magdi Mina, 27, porta-voz da organização dos direitos humanos que atua no país 'Maspero Youth Union', afirmou à Agência Asianews que “entre cristãos e muçulmanos não existe divisão. Ambas as comunidades são favoráveis à unidade entre todos os egípcios”. Ela criticou os artigos veiculados na imprensa egípcia que responsabilizam os cristãos coptos pelos incidentes, obrigando a polícia a intervir. “Eu estava presente e vi como tudo aconteceu. O ataque – afirma – foi lançado por alguma pessoas infiltradas no cortejo fúnebre dos 4 cristãos mortos no dia anterior no bairro de al-Khosoos. Os bandidos começaram a lançar pedras e coquetéis molotov contra nós. A polícia respondeu lançando bombas de gás lacrimogêneo dentro da Catedral, mas alguns dispararam, matando duas pessoas”.

Para Magdi Mina, a Irmandade Muçulmana, entre eles o Presidente Morsi, continuam a mentir, ao desconsiderar estes fatos e manifestar um aparente apoio moral aos cristãos. Em protesto contra o regime, no último 9 de abril alguns deputados cristãos saíram do Conselho da Shura, de maioria islâmica.

(JE)








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