Concílio Vaticano II: João XXIII, a Igreja e a relação com o mundo comunista
Cidade do Vaticano (RV) - O Papa João XXIII governou a Igreja durante o período
da Guerra Fria, onde o mundo estava dividido entre os países comunistas do Leste europeu,
sob o mando da União Soviética e os países do Ocidente, capitalista, sob influência
dos Estados Unidos.
Também existiam tensões entre a Santa Sé e a União Soviética,
que o carisma do Papa Roncalli soube bem contornar. Sua simplicidade, prudência e
sagacidade, aliada à experiência pastoral e diplomática, abriu caminhos também para
quebrar barreiras com o mundo comunista. O Secretário Geral do Partido Comunista e
Primeiro-ministro da União Soviética, Nikita Krutschev enviou um telegrama felicitando-o
por ocasião dos 80 anos. Era a primeira vez, desde a Revolução de outubro de 1917
que os russos batiam à porta de um Papa em Roma. João XXIII retribuiu a saudação.
Outro
momento intenso foi quando o Papa recebeu em audiência Alexei Adjubei e sua esposa
Rada Krutschev, filha do Primeiro-ministro. No encontro, o Papa mostrou sua grande
sensibilidade conversando com Rada sobre seus três filhos: “Minha senhora, sei que
a senhora tem três filhos e até sei o nome dessas crianças, mas gostaria que fosse
a senhora mesma que me dissesse os nomes de seus filhos, porque, pronunciados pela
voz da mãe, eles soam com uma ternura particular”. E após Rada ter pronunciado os
nomes de Nikita, Alexei e Ivan, João XXIII relacionou o nome de cada um a algum santo
ou pessoa conhecida ou alguma basílica. Por fim disse a ela: “Quando voltares para
casa, minha senhora, leve para seus filhos as minhas afetuosas saudações. Mas leve
uma saudação particular para Ivan. Verá que os outros não ficarão sentidos”. Ivan,
traduzido, é João, o nome do papa Roncalli.
Mas, qual era o contexto na época
vivido entre a Igreja e o mundo comunista? Quem nos explica é o prof. de História
Álvaro de Oliveira: