A ONU também já tentou contar os mortos da Síria mas quem o faz dia após dia, desde
o primeiro dia, é o Observatório dos Direitos Humanos, uma ONG com sede em Londres
e com uma rede de activistas e médicos no país: segundo o observatório citado pelo
jornl Público, Março foi o mês mais mortífero desde o início da revolta, com mais
de 6000 mortos. “Pelo menos 6005 pessoas morreram em Março. Entre elas, 2080 são
civis, incluindo 298 crianças de menos de 16 anos e 291 mulheres", afirmou o director
desta organização, Rami Abdel Rahman. O resto dos mortos divide-se entre 2074 rebeldes
(destes, 86 são soldados que desertaram) e 1464 membros das forças do Governo. Entre
as vítimas nas fileiras dos rebeldes há 588 pessoas cujas identidade o observatório
não conseguiu verificar, incluindo “um grande número de combatentes não sírios”. Março
foi o mês em que se completaram dois anos do início da revolta. Depois de alguns protestos
com poucas pessoas em Damasco, ao longo de Fevereiro, 15 de Março de 2011 foi o dia
em que milhares saíram à rua na cidade de Deraa, no Sul da Síria, em protesto contra
a prisão e tortura de 15 miúdos que tinham escrito “o povo quer a queda do regime”
na parede da sua escola. O Observatório dos Direitos Humanos sírio, que apoia a
oposição a Bashar al-Assad, sabe que peca por defeito. Desde Janeiro que quem quiser
sabe o mesmo: foi no início do ano que as Nações Unidas anunciaram ter descoberto
que os mortos já eram mais de 60 mil, numa altura em que o grupo de Abdel Rahman só
tinha confirmado a morte de 46 mil sírios. (R.S.)