Um desafio para Francisco, unir 'carisma' com 'lógicas institucionais', diz revista
dos Jesuítas
Cidade do Vaticano – Um dos maiores desafios do Papa Francisco consiste em
fazer dialogar ‘carisma’ segundo ‘lógicas institucionais’. É o que pensa a revista
dos jesuítas italianos “Aggiornamenti sociali” (Atualizações sociais) em um editorial
do diretor Padre Giacomo Costa para a edição de abril.
Ele sublinha que, se
a palavra “Papa” está ligada diretamente à instituição Igreja, Francisco de Assis,
por outro lado, é um santo carismático ‘resistente’ às lógicas institucionais. E estes
são os dois extremos que o Papa Bergoglio colocou juntos ‘em carne e osso’, com a
escolha que fez de seu nome.
Ao Papa Francisco, se abre assim, a possibilidade
de “transformar a tradicional separação, e às vezes oposição, entre Igreja carismática
e Igreja institucional em uma fonte de fidelidade criativa à própria missão”.
Desde
sua primeira aparição, o carisma do Papa Francisco se impôs como evidente, mas sem
nunca resultar como agressivo, diz Padre Costa. “Mas o verdadeiro desafio – diz o
Diretor da publicação – não é tanto aquele de ser carismático, mas tornar carismática
a instituição. E esta é a função de uma autêntica liderança”, observa.
“O potencial
indispensável das instituições é, de fato, aquele de ativar dinâmicas capazes de envolver
um número de pessoas que ninguém, sozinho, estaria em grau de fazer. Alguns primeiros
sinais de como os gestos carismáticos podem ter uma característica institucional –
segundo a revista dos jesuítas – já podem ser intuídos e afetam, o modo como concebemos
a Igreja, em movimento e descentralizada de si mesma, as perpectivas de um governo
de maior colegialidade, a relação com outras confissões cristãs não católicas e com
outras religiões”.