"Humildade, o caminho para Deus" e "Curar-se da corrupção": apresentados primeiros
dois livros do Card. Bergoglio
Cidade do Vaticano (RV) - "Umiltà, la strada verso Dio" e "Guarire dalla corruzione":
são os títulos dos dois primeiro livros em italiano de Jorge Mario Bergoglio. Os dois
volumes, publicados pela Editora Missionária Italiana (Emi), foram apresentados na
manhã desta terça-feira, em Roma, na sede da prestigiosa revista jesuíta "Civiltà
Cattolica".
Os textos, que trazem duas meditações do então arcebispo de Buenos
Aires, têm subjacente a espiritualidade inaciana. A Rádio Vaticano esteve presente
na apresentação.
Nos textos do Cardeal Bergoglio se respira a espiritualidade
de Santo Inácio de Loyola. Foi o que ressaltou o diretor de "Civiltà Cattolica", Pe.
Antonio Spadaro, que também observou como essa dimensão inaciana está presente inclusive
na modalidade que o Papa Francisco segue para escrever os seus textos, sempre centralizados
em três pontos fortes, três palavras-chave:
Pe. Antonio Spadaro:- "Esta
dimensão do ritmo do discurso é típica da expressão inaciana, portanto, jesuítica.
Os Exercícios Espirituais sempre foram pregados em três pontos. De fato, quando o
Papa Francisco fala destacando três palavras – e o fez reiteradas vezes, como cardeal,
em suas homilias, bem como em seus textos –, evoca exatamente essa capacidade de dar
ritmo ao discurso, identificando os núcleos-chave, que são fundamentais."
Algo
que impressiona: a força nas palavras que o Papa Francisco usa nos textos. Quase uma
severidade, por vezes, quando há uma denúncia, como se dá no caso da corrupção...
Pe.
Antonio Spadaro:- "Esta severidade se dá em metáforas. Gostaria de recordar que
no texto sobre a corrupção, o Papa Francisco usa imagens que Inácio utiliza quando
trata do inferno, nos Exercícios Espirituais, falando do homem corrupto como sendo
uma chaga purulenta, portanto, com imagens muito fortes, muito evidentes, que o Papa
utiliza com grande desenvoltura, com grande agilidade. Portanto, diria: este discurso
feito de ritmo ternário e de metáforas muito evidentes dá corpo a um tema muito compreensível
– um discurso para todos –, mas extremamente incisivo." (RL)