2013-03-24 16:34:46

Teólogo Bux: Papa Francisco é testemunha da Misericórdia do Senhor


Cidade do Vaticano (RV) - Testemunhar a Misericórdia do Senhor. Esse é um dos temas candentes do Papa Francisco desde o primeiro dia de seu ministério petrino. Trata-se de uma dimensão que, na realidade, sempre esteve presente na vida do pastor Jorge Mario Bergoglio. Por outro lado, a evocação à Divina Misericórdia é uma constante em todos os pontífices recentes, como ressalta o teólogo Pe. Nicola Bux, entrevistado pela Rádio Vaticano:

Pe. Nicola Bux:- "A reflexão não pode deixar de partir, ao menos em tempos mais próximos a nós, da "Dives in Misericordia" de João Paulo II: a sua segunda encíclica, que foi toda centralizada na misericórdia, porque – como sabemos – João Paulo II fez da misericórdia, de certo modo, o seu programa. Todos sabem que ele expirou justamente no sábado da Divina Misericórdia de 2005. Ele foi um apóstolo – podemos dizer – da misericórdia. Portanto, o Magistério do novo Pontífice tem já, por assim dizer, o terreno preparado. Isso deve ser dito porque por vezes, no início de um Pontificado, se tende a esquecer o que já foi feito, quase buscando a todo custo uma novidade ou uma descontinuidade. Isso deve ser levado em consideração porque – como foi dito nestes dias – os papas se sucedem, porque pertencem à Sucessão Apostólica na Sé de Roma, dos bispos de Roma, mas o Papado continua."

RV: Se a misericórdia une de modo imediato Francisco a João Paulo II, o aspecto da ternura, da doçura, que é justamente uma expressão visível da misericórdia, talvez una de modo imediato Francisco a Bento XVI...

Pe. Nicola Bux:- "Sim, sem dúvida se pode dizer isso, mas para mim, por exemplo, a imagem do Papa Francisco que vai até a multidão me fez recordar imediatamente a imagem de Pio XII que vai até a multidão após os bombardeios sofridos no bairro romano São Lourenço (na II Guerra Mundial, ndr) e, cercado de pessoas, reza, acaricia, conforta... Para não falar do Papa João XXIII. Creio que a misericórdia seja uma constante da Igreja; ademais, cada Pontífice tem um estilo e uma ênfase própria, que deriva da sua experiência, bem como do próprio caráter. Não há dúvida que também a mansidão e a ternura, embora na diversidade de caráter – muito mais reservado em Bento XVI, parecem, ao invés, muito mais expansiva no Papa Francisco –, nos propõem aquilo que os exegetas chamam a compaixão do Senhor, o Senhor que teve compaixão da multidão: "Misereor super turbam", diz o Evangelho, ou seja, "tive compaixão da multidão".

RV: Poder-se-ia dizer que este é o elemento fundamental: trata-se da Misericórdia do Senhor, não do Papa...

Pe. Nicola Bux:- "Exato! A misericórdia do Senhor porque o Papa é e deve ser expressão da misericórdia do Senhor: ele é chamado vigário de Cristo não por exclusão, porque todos os bispos são vigários de Cristo, como diz o Vaticano II. É claro que quando se usa esta expressão é evidente que os pastores são todos expressão do "grande Pastor das ovelhas", como diz São Pedro: maximamente o bispo de Roma, que se senta na Cátedra de Pedro, deve expressar essa caridade sem limites." (RL)







All the contents on this site are copyrighted ©.