2013-03-22 18:25:37

Patriarca Ecumênico de Constantinopla foi o primeiro a participar da missa de início de um Pontificado


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu na última quarta-feira, 20, na Sala Clementina, no Vaticano, as delegações ecumênicas e de outras religiões, que vieram a Roma para a missa de início de seu pontificado.

Pouco antes, o Pontífice encontrou-se com o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, com o qual conversou por cerca de 20 minutos e que mais tarde agradeceu como "meu irmão André". Neste encontro também estava o Metropolita Hilarion de Volokolamsk, chefe do Departamento das Relações Exteriores do Patriarcado de Moscou. Bartolomeu e Hilarion doaram ao Papa dois ícones marianos. Foi a primeira vez, desde 1054 - quando houve o cisma entre o Oriente e o Ocidente - que o Patriarca de Constantinopla assiste à missa de início de pontificado de um Papa.

Falando sobre a missa, celebrada na terça-feira, 19, na Praça São Pedro, o Papa Francisco ressaltou: "Reconheci espiritualmente presentes as comunidades que vocês representam. Nesta manifestação de fé, pareceu-me viver de maneira mais urgente a oração pela unidade de todos os fiéis em Cristo e juntos ver de algum modo prefigurado a plena realização que depende do plano de Deus e de nossa colaboração leal."

No encontro que seguiu-se na Sala Clementina, o Patriarca Ecumênico de Constantinopla saudou a eleição do novo Papa "como o primeiro bispo da venerável Igreja da antiga Roma, que preside na caridade". Bartolomeu I foi o único líder a fazer uso da palavra durante a audiência-geral concedida a delegações de 33 igrejas cristãs e de outras religiões, entre elas de judeus, protestantes e muçulmanos.

Depois de recordar o Papa emérito Bento XVI, o Patriarca ecumênico identificou na unidade das Igrejas cristãs "a primeira e mais importante das nossas preocupações", fazendo votos de que "o diálogo teológico já iniciado continue (...), na caridade e na verdade, em espírito de humildade e mansidão".

Referindo-se à crise econômica que vem afetando muitos países, o patriarca pediu "a organização de uma ação humanitária" e, voltando-se ao papa, mencionou o "longo e apreciado ministério como Bom Samaritano na América Latina".

De acordo com o Patriarca, os cristãos têm o dever de "alimentar os famintos, vestir os nus, curar os doentes, e, no geral, se preocupar com aqueles que estão em necessidade, para ser dignos de ouvir do Senhor: ‘Vinde, benditos do meu Pai, recebei em herança o reino preparado para vós’".

Para Bartolomeu I, a escolha da simplicidade e da essencialidade, feita pelo Papa Francisco, "enche de esperança o coração de todos", porque esse critério garantirá que "a justiça e a misericórdia, requisitos mais essenciais da lei, tenham para a Igreja a importância primordial que merecem".

Na ocasião, Bartolomeu I, convidou o Papa Francisco para realizar, em 2014, uma viagem conjunta à Terra Santa, em homenagem aos pioneiros do diálogo entre católicos e ortodoxos, informou a agência Asianews.

Com essa viagem, os dois líderes religiosos fariam uma homenagem ao histórico encontro de janeiro de 1964, em Jerusalém, entre Paulo VI e o Patriarca Atenágoras, símbolo da reconciliação entre Igreja Católica e as Igrejas Ortodoxas.

O Patriarca enfatizou que é necessário dar um 'testemunho cristão através da unidade da Igreja' e encarar a crise econômica mundial e as 'tendências mundanas' que reduzem a vida ao horizonte terreno. As palavras de Bartolomeu I coincidiram com a homilia do papa durante a missa de inauguração do pontificado.

O Patriarca Ecumênico é o Líder espiritual de aproximadamente 300 milhões de cristãos ortodoxos em todo o mundo.
(JE)








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