2013-03-21 20:40:05

Via Sacra no Coliseu terá meditações de jovens libaneses


Cidade do Vaticano (RV) – A Via Sacra no Coliseu, na Sexta-feira Santa deste ano, terá meditações que farão conhecer as ansiedades e expectativas das populações do Oriente Médio. Bento XVI, antes de renunciar ao ministério petrino, havia pedido que fossem os jovens do Líbano a dar voz às estações da Via Sacro. Guiados pelo Patriarca de Antioquia dos Maronitas, Cardeal Bechara Boutros Raí, um grupo de jovens desenvolveu as meditações espirituais, as reflexões sobre os sofrimentos do mundo contemporâneo, as esperanças e as expectativas. A Rádio Vaticano entrevistou o Cardeal Bechara Raí:

Card. Raí: “O importante na Via Crucis é que cada um possa encontrar-se na face de Cristo e possa ter a luz e a força de poder levar a própria cruz. Este é o significado das estações: se chamam ‘estações’, que significa ‘paradas’ de meditação pessoal e comum com Cristo, o qual reflete o nosso sofrimento e nós encontramos n´Ele as luzes de esperança”.

RV: O senhor falou de sofrimento. Quais quiseste trazer à tona?

Card. Raí: “A guerra, a violência, a expectativa dos jovens que encontram fechados seus horizontes, o sofrimento das migrações, a falta de segurança para o futuro dos jovens e aquela dos problemas insolúveis: a comunidade internacional não se preocupa em encontrar soluções aos problemas da paz mundial, da justiça. Nós no Oriente Médio vivemos a grande tragédia da questão Palestina, a tragédia da guerra da Síria, da convivência com os muçulmanos, o problema dos fundamentalistas...”.

RV: Existem muitos trechos tirados da Liturgia Oriental e existem outros tirados da Exortação post-sinodal de Bento XVI ‘Ecclesia in Médio Oriente’. Como esta Exortação lhe inspirou?

Card. Raí: “É rica. A Exortação Apostólica, nesta chamada a ‘um’, à comunhão, ao abrir-se aos outros, a construir pontes com todos aqueles com quem vivemos. De fato, na Exortação Apostólica à comunhão parte da comunhão interna, a nível da comunidade ou da Igreja, mas também a nível das outras Igrejas – Católica, Ortodoxas, Protestantes -, dos muçulmanos, dos judeus e das outras religiões com quem vivemos. Isto deu muito impulso à abertura em vivermos em comum. É testemunhar o amor de Cristo. Encontramos na Exortação Apostólica uma grande mina de idéias para poder exprimir as ansiedades, as orações, junto à liturgia oriental: Liturgia de Antioquia, Liturgia bizantina, siríaca.....”

RV: Meditações sobre a dor, sobre o sofrimento: e mesmo assim abrem as portas à esperança...

Card. Raí:Certamente, porque estamos seguros que ‘as estações’ não terminam. De fato, em muitas das tradições das nossas Igrejas, elas não terminam com a XIV, mas existe também a XV, ou mesmo a Ressurreição. Todo o significado das meditações e do sofrimento é para que se chegue ao Domingo: não paramos na sexta-feira, mas chegamos até o Domingo. Sofremos, morremos, mas para a Ressurreição”.

RV: Resumidamente, qual é a mensagem que os jovens libaneses querem levar para a humanidade?

Card. Raí: “O valor da paz, o grito contra a injustiça, porque os jovens libaneses vêem com os próprios olhos que existe tanta injustiça. Penso que Bento XVI, profeticamente, desejou que estes jovens exprimissem, em nome da humanidade o seu grito de dor, de esperança e de justiça”.

(JE)












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