2013-03-21 18:34:13

Mensagem de Al Azhar ao Papa Francisco:"trabalhemos juntos pela paz"


Cairo (RV) - Após dois anos de silêncio o sinal chegou. Com um telegrama de 4 linhas, foi quebrado o gelo entre Al Azhar – o reconhecido Centro Teológico do mundo Sunita, localizado no Cairo – e o Vaticano, reabrindo as portas a um diálogo interrompido em janeiro de 2011, quando Bento XVI pediu a proteção das minorias cristãs no Oriente Médio após diversos ataques por parte de muçulmanos.

Uma semana após a eleição e depois da missa de inauguração do pontificado, da qual participou uma delegação egípcia, o grande Imame de Al Azhar, Xeque Ahmed Mohamed el Tayeb, enviou um telegrama de congratulação ao Papa e aos ‘irmãos católicos do Oriente e do Ocidente’.

Na mensagem, El Tayeb auspicia que o novo pontificado "marque uma era de cooperação e de paz, com a bandeira dos valores comuns e pelo fim da cultura do ódio e da desigualdade dê início a uma época positiva para todos os povos”.
Uma indicação sobre o desejo do diálogo inter-religioso no novo pontificado veio no dia de ontem, quarta-feira, durante o encontro do Papa Francisco com representantes das outras Igrejas cristãs e das outras religiões. Dirigindo-se aos representantes muçulmanos, disse o Santo Padre: “Aprecio muito a vossa presença: vejo nela um sinal concreto da vontade de crescer na estima recíproca e na cooperação pelo bem comum”. Pouco depois, a União internacional dos estudiosos muçulmanos disse querer abrir ‘uma nova página’ com o novo Papa.

A reaproximação entre Al Azhar e o Vaticano possui também um aspecto diplomático que diz respeito ao Egito, onde a Al Azhar tem a sua sede, explica o Ministro da Cultura egípcio Mohamed Saber Arab - que chefiou a delegação do Egito na Missa de inauguração do pontificado. O Ministro destacou o ‘papel moderado’ de Al Azhar, que representa o ‘Islã tolerante’.

“O mundo em contínua evolução tem necessidade de uma paz estável”, escreveu o grande Imame ao Papa. Os muçulmanos de Al Azhar dizem que o primeiro passo foi dado e que agora é necessário aguardar para ver qual será a resposta. Se for positiva para o Islã, o diálogo poderá recomeçar. Esta é a mensagem dos sunitas ao novo Pontífice. (JE)











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