Direito ao trabalho é o foco do Dia Mundial da Síndrome de Down
Nova
York (RV) - A ONU comemora nesta quinta-feira o Dia Mundial da Síndrome de Down.
A data, 21 de março, faz referência à presença de um terceiro cromossomo 21 na pessoa
que nasce com a condição.
A criação do dia é uma proposta do Brasil e da Polônia,
aprovada pela Assembleia Geral da ONU em 2011. Este ano, "Direito ao Trabalho" é o
tema da celebração.
Na abertura da conferência, na sede da ONU, em Nova York,
a embaixadora brasileira destacou que de cinco a 20% das vagas de trabalho no setor
público do Brasil são reservadas a pessoas portadoras de deficiência.
À Rádio
ONU, Maria Luiza Ribeiro Viotti ressaltou a importância da política de cotas.
"Como
resultado dessas políticas, no Brasil, hoje, 320 mil pessoas com deficiência estão
plenamente empregadas, o que é um resultado muito positivo. Mas naturalmente é preciso
fazer mais. O governo está empenhado, assim como a sociedade e o setor privado estão
empenhados em proporcionar novas oportunidades de emprego, porque é um fator essencial
para a inclusão plena dessas pessoas na sociedade."
Em mensagem, o Secretário-Geral
da ONU, Ban Ki-moon, lembrou que "estereótipos contra pessoas com Down muitas vezes
resultam na falta de oportunidades de trabalho."
A ativista Débora Mascarenhas,
coordenadora do "Movimento Down", do Rio de Janeiro, acredita que para quebrar o estigma
e abrir espaço no mercado de trabalho, as pessoas precisam estar bem informadas sobre
a condição.
"E não ser um bicho de sete cabeças. Com a informação a gente pode
criar estratégias dentro da sociedade, abrir espaços de forma que seja pertinente
para todas as pessoas com a Síndrome de Down deixarem de ser 'portadores', 'doentes'
e sim, criarem seus espaços na sociedade de acordo com as suas potencialidades. Porque
cada um, independente de ter Síndrome de Down ou não, tem uma aptidão, um gosto pessoal,
um lugar que pode ocupar na sociedade."
Participam também da conferência da
ONU vários jovens com Down, como Breno Viola, que vai falar sobre acessibilidade.
Breno, de 32 anos, faixa preta em judô e ator do filme "Colegas", tem esperança no
fim do estigma.
"Para mim, é muito emocionante, mas o importante que eu acho,
que é fundamental, é que a partir de hoje, as pessoas vão ver com outro olhar. Com
outro olhar porque antigamente, tratavam a gente como 'mongolóide', como 'coitadinho'.
A gente não é isso. A gente só quer ser reconhecido pelo nosso trabalho. E ter colegas
de trabalho fundamentais, que me ajudaram a chegar aqui na ONU."
O grupo de
brasileiros que participa na ONU da conferência sobre o Dia Mundial da Síndrome de
Down também lança no evento a versão em inglês da música "Ser Diferente é Normal".
(MJ/Rádio ONU)