Judeus, cristãos e muçulmanos de Buenos Aires: "Papa Francisco, homem de comunhão
e diálogo"
Buenos Aires (RV) - "Um homem de comunhão, aberto ao diálogo, capaz de ouvir,
e sempre respeitoso do outro." Assim disseram os líderes de Igrejas cristãs, judeus
e muçulmanos de Buenos Aires, Argentina, sobre o Papa Francisco.
A rabina Silvina
Chemen, membro da histórica comunidade judaica de Buenos Aires, disse que as portas
da Catedral estavam sempre abertas para celebrações inter-religiosas e mais de uma
vez ela teve o privilégio de ir ao púlpito para transmitir sua mensagem, "o mesmo
púlpito de onde o cardeal pronunciava suas homilias", sublinhou.
"Ele trará
para o diálogo o espírito de abertura, reciprocidade e silêncio quando fala ao outro,
de gentileza na escuta. Espero que nunca se ofusque a grandeza sua humildade e simplicidade",
disse ainda a rabina.
Os líderes argentinos de Igrejas cristãs apreciaram as
primeiras palavras que o Papa Bergoglio proferiu aos peregrinos de Roma do balcão
central da Basílica de São Pedro. "O Cardeal Bergoglio tinha conosco uma relação muito
cordial. Com ele nos sentíamos acolhidos e reconhecidos. Ele mostrava um compromisso
profundo com a unidade dos cristãos e um profundo respeito pela tradição cristã. Tenho
certeza de que o novo Papa aprofundará e tornará mais acolhedor o caminho, lento,
mas inexorável da unidade", disse o pastor luterano, David J. Calvo.
Bênçãos
para o novo pontificado vieram também dos muçulmanos de Buenos Aires. Numa mensagem
de felicitações enviada ao Papa Bergoglio, o Centro Islâmico da Argentina (Cira) escreve:
"Durante seu trabalho como cardeal, Bergoglio aprofundou o diálogo inter-religioso
e o respeito, e incansavelmente promoveu espaços de comunicação e trabalho comum em
favor da coexistência harmoniosa das religiões da Revelação. É por esse motivo que
nós pedimos a Deus clemente e misericordioso, para que este trabalho prossiga e se
reforce, levando a toda a humanidade mais compreensão, respeito, e acima de tudo,
a paz."
As relações do Cardeal Bergolgio com o Centro Islâmico foram muito
estreitas. O novo Papa visitou o centro três vezes, a última vez foi em 29 de junho
de 2010. (MJ)