Federação Luterana Mundial destaca humildade de Papa Francisco
Cidade do Vaticano (RV) - A Rádio Vaticano entrevistou o Presidente da Federação
Luterana Mundial, o Bispo Munib Younan, sobre o que achou do encontro nesta quarta-feira
entre o Santo Padre e as delegações ecumênicas e outras religiões.
"Existem
grandes expectativas da parte de todos nós em relação ao Papa Francisco. Para mim,
é um bom sinal que o novo Papa venha da América do Sul, da Argentina. Ele traz consigo
as características do Sul, o chamado à emancipação e atenção aos pobres. Para nós
luteranos é essencial que ele traga consigo essas raízes em seu ministério petrino.
É muito encorajador e para nós como Federação Mundial, trabalhando com os pobres no
mundo inteiro, este é realmente um sinal de que juntos possamos trabalhar pela justiça,
pela paz, para acabar com a pobreza no mundo, combater a dívida e outras questões",
frisou Younan.
O Presidente da Federação Luterana Mundial destacou a humildade
do Papa Francisco: "Hoje, precisamos de líderes humildes, locais e mundiais. Precisamos
que eles sejam realmente humildes e atentos às necessidades do povo, que não falem
somente de cima para baixo, mas de baixo para cima, a partir da base."
O bispo
espera que luteranos e católicos possam celebrar juntos os 500 anos da Reforma, em
2017. "Quando conheci o Papa emérito falamos sobre como celebrar juntos esse evento.
A Comissão já começou a trabalhar no documento "From conflict to communion" (Do conflito
à comunhão)", sublinhou.
O Bispo Younan disse ainda que Bento XVI e João Paulo
II falaram de Jerusalém e Oriente Médio. "A nossa expectativa é de que vindo da América
Latina, da opressão, ele possa falar de justiça para a Palestina e Israel, e possa
falar também aos cristãos do Oriente Médio que se encontram em situações difíceis",
destacou.
"Estas são as expectativas da Federação Luterana e nós queremos cooperar,
trabalhar juntos com o Papa através do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade
dos Cristãos. Penso que seja realmente importante continuar essa colaboração, este
testemunho ecumênico para que o mundo diga: "Vejam como eles se amam e como luteranos
e católicos testemunham juntos neste mundo." (MJ)