Incenso Litúrgico: conheça seu significado e como é produzido
Cidade do Vaticano (RV) – Uma das mais antigas formas de purificação, a incensação
faz parte de várias tradições religiosas - do cristianismo ao hinduísmo, dos índios
americanos aos monges budistas do Tibet, dos mulçumanos aos africanos. Mais do que
uma adorável fragrância, esses incensos continuam tendo um extraordinário valor simbólico
pelo seu histórico uso filosófico-espiritual. Nas celebrações Litúrgicas, o uso do
incenso é simples, sendo queimado no turíbulo, mas seusimbolismo é complexo.
O
subir em direção ao alto, na Bíblia, é visto como uma imagem da oração do fiel que
se eleva aos céus, o lugar simbólico de Deus, ou, da oração dos santos que se eleva
em direção ao trono de Deus. Incensar, assim, é a oração, o louvor, a súplica apresentada
ao Altíssimo pelo seu povo que se confia a Ele totalmente.
O incenso também
é usado como expressão de honra e de adoração (MT 2,2), ou seja, como reconhecimento
da presença de Deus naquilo ou em quem se incensa, como por exemplo, o sacerdote,
o livro da Palavra, o altar na Celebração Eucarística, mas também a assembléia reunida,
verdadeira imagem da Igreja onde está presente seu Chefe e Senhor.
O fato de
que esta “fumaça que sobe” tem um aroma, é interpretado na Escritura como ‘um sacrifício
agradável a Deus’ (LV 2,1-2). O Novo Testamento identifica com a vida dos fiéis este
‘sacrifício agradável e perfumado’ (2Cor 2,15).
Sob esta ótica, o incenso é
utilizado como expressão da aceitação de Deus das ofertas e sacrifícios, mas, sobretudo
na atitude de oferta de si mesmo a Deus, à imitação do seu Senhor e Mestre. Na Celebração
Eucarística, isto é bem visível no uso do incenso no momento da apresentação doas
ofertas.
Em algumas ocasiões, o incenso pode assumir a conotação de purificação
e expiação (Nm 17,12). Assim como o bom aroma afasta o mau-odor, o incenso pode indicar
o afastamento do maligno daquilo que se é incensado. Neste sentido, o uso do incenso
pode ser entendido no sentido de bendizer, especialmente se acontece durante o gesto
de fazer o sinal da cruz.
O incenso é produzido em regiões com forte tradição
em incensos de resina, como o Oriente Médio, Norte da África e Itália. Durante mais
de cinco mil anos esta foi uma das mais caras substâncias no mundo civilizado, equiparado
ao ouro e presente de reis. Era objeto de cobiça de grandes culturas, como a chinesa,
da Ásia Menor e da Mediterrânea. O apogeu do comércio de incensos de resina foi no
Império Romano, no primeiro século a.C.. O imperador Nero queimava toneladas em cerimônias
religiosas.
A Rádio Vaticano conversou com o Sr. Martinho Rocha, fundador e
proprietário de uma fábrica de incensos litúrgicos no interior de São Paulo, sobre
o incenso Litúrgico, suas origens e produção: (JE)