2013-03-11 12:03:41

"Conclave" : Editorial do Padre Federico Lombardi


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Os Cardeais decidiram por uma esmagadora maioria terça-feira como data do Conclave. Sentem-se, portanto, prontos para encarar o passo decisivo da eleição do novo Papa. As reflexões em comum nas Congregações, as informações trocadas entre eles, os diálogos para cada um formar um juízo pessoal e responsável sobre as pessoas mais idóneas para a grande tarefa chegaram, portanto, a uma primeira fase de maturação. A partir de terça-feira o discernimento se tornará ainda mais absorvente, porque com os escrutínios se enfrentará em certo sentido a "medida" do consenso que se poderá alcançar sobre algumas pessoas concretas. E assim se continuará até à escolha.

Impressionante, se considerarmos a responsabilidade por si mesma sobre-humana que será colocada sobre os ombros de um homem! Não se trata apenas de governar bem uma instituição complexa mas, muito mais que isso, de orientar o caminho religioso, espiritual e moral da comunidade de crentes mais numerosa e difusa nos diferentes continentes, e observada com atenção - com expectativa positiva mas, por vezes, também com atitude negativa – por muitíssimos nossos contemporâneos em busca do sentido da sua existência. O Evangelho deve ser proclamado ao longo dos tempos, para a salvação de todos, até aos confins da terra.

O Conclave é, portanto, um evento cujo significado pode ser entendido realmente, e que pode ser vivido serenamente, apenas na perspectiva da fé. Os dois protagonistas dos Conclaves precedentes deram-nos disso um testemunho intenso e inesquecível. O Papa Wojtyla contemplava o Juízo Universal de Miguel Angelo no seu poema "Tríptico Romano": "Todas as coisas estão nuas e abertas diante dos olhos de Deus", "transparência dos eventos, transparência da consciência". "Tu que tudo penetras - indica". "Ele indicará". E o futuro Papa Ratzinger comentava: "A herança das chaves deixadas a Pedro … colocar estas chaves nas mãos certas:. É esta a imensa responsabilidade naqueles dias".

Ora, aquele que com a sua extraordinária renúncia levou os Cardeais a cruzar mais uma vez o limiar da Sistina para discernir perante a história em que mãos confiar as chaves, está com todos nós, silenciosamente, mas mais profunda e conscientemente que todos nós, em oração: "Espírito de Deus, tu que tudo penetras - indica".








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