Formas de combate ao tráfico humano devem ser revistas
Genebra (RV) – O observador do Vaticano junto às Nações Unidas em Genebra,
na Suíça, diz que a comunidade internacional precisa rever a sua forma de combater
o tráfico humano, sobretudo o relacionado com crianças.
Em declaração proferida
quinta-feira,7, na 22ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas,
que abordou também a prostituição e a pornografia infantil, Dom Silvano M. Tomasi
lamentou que o tráfico humano seja uma ocupação de baixo risco, muito rentável e extremamente
tentadora para aqueles que encaram as pessoas como simples mercadorias.
O texto,
publicado pela Agência Ecclesia, indica a necessidade clara de atualizar a legislação
que regula o problema, ao mesmo tempo em que defende o reforço da cooperação em nível
regional e internacional, uma maior partilha de informações e de boas práticas e o
combate efetivo à corrupção e à impunidade.
Em muitas partes do globo e devido
a vários fatores, as crianças são os elementos mais vulneráveis, em meio ao flagelo
que do tráfico humano; por isso o arcebispo italiano propõe também a agilização das
práticas judiciais e a criação de mecanismos que protejam os mais novos e garantam
a sua reintegração normal e digna na sociedade.
O último relatório da ONU sobre
o tráfico humano, datado de 2012, aponta que milhões de pessoas são atualmente vítimas
desta situação, para efeitos de exploração sexual e trabalhos forçados.
Provenientes
de pelo menos 118 países e com 136 nacionalidades diferentes, elas são em maioria
mulheres (55-60%) mas o número de crianças está aumentando de forma alarmante, tendo
passado de 20 para 27% pouco mais de quatro anos (de 2003-2006 a 2007-2010). (CM)