Bento XVI: sem a presença das mulheres a história do cristianismo teria sido diferente
Cidade do Vaticano (RV) – Sem a contribuição das mulheres, a história do cristianismo
teria sido bem diferente. É a constatação que Bento XVI fez durante a Audiência Geral
de alguns anos atrás. Na data em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, a Rádio
Vaticano propõe algumas reflexões do Papa emérito dedicadas ao “gênio feminino” e
à sua influência na Igreja e na sociedade:
Nazaré e Magdala, Assis e Sena,
Ávila e Lisieux, uma lista que poderia continuar ao longo da história e abrangendo
diversos outros locais do mapa. Aos ouvidos pouco habituados aos assuntos de Igreja,
estes nomes poderiam passar desapercebidos ou mesmo serem relacionados a outros personagens
da história.
Maria, a “bendita entre as mulheres”, a Clara “irmã espiritual
do ‘louco’ de Deus” e a Catarina analfabeta que falou aos reis e aos Papas. A Teresa
grande contemplativa e a Teresa do ‘pequeno caminho’. O que seria a Igreja sem elas
e sem outras milhares, extraordinárias figuras de mulher, santas famosas ou desconhecidas,
que há dois mil anos testemunham Cristo? Uma pergunta que nunca deixou dúvidas à Bento
XVI. Na Audiência Geral de 14 de fevereiro de 2007 ele disse:
Bento XVI:
“A história do Cristianismo teria tido um desenvolvimento bem diferente se não houvesse
a generosa contribuição de tantas mulheres. Por isto, como escreveu o meu venerado
predecessor João Paulo II na Carta Apostólica Mulieris dignitatem, “a Igreja agradece
por todas as mulheres e por cada uma.....A Igreja agradece por todas as manifestações
do 'gênio' feminino manifestado ao longo da história, em meio a todos os povos e nações”.
Mulheres, mães, leigas ou religiosas. Bento XVI em 2010 dedicou às figuras
femininas da Idade Média cristã catequeses inesquecíveis. E não poupou palavras quando
a figura da mulher, em tempos mais recentes, foi gradualmente deturpada por “tendências
culturais e políticas que procuram eliminar, ou pelo menos ofuscar e confundir, as
diferenças sexuais inscritas na natureza humana, considerando isto como se fosse uma
construção cultural”.
No discurso por ocasião dos 20 anos da Carta Apostólica
Mulieris Dignitatem, em 9 de fevereiro de 2008, Bento XVI afirmou:
“É necessário recordar o projeto de Deus que criou o ser humano como homem e mulher,
com uma unidade e ao mesmo tempo uma diferença originária e complementar”.
Bento
XVI também não poupou esforços em denunciar situações e lugares onde as mulheres são
discriminadas:
“a mulher é discriminada e sub-valorizada pelo simples fato
de ser mulher, onde se recorre até mesmo a argumentos religiosos e a pressões familiares,
sociais e culturais para apoiar a disparidade dos gêneros, onde se perpetram atos
de violência em relação às mulheres, fazendo delas objeto de maus-tratos e de abusos
na publicidade e na indústria do consumo e do divertimento”.
Recordar as
mulheres nesta festa de 8 de março, representa para os cristãos e para a Igreja, nas
palavras de Bento XVI proferidas no Ângelus de 8 de março de 2009:
“refletir
sobre a condição da mulher e renovar o compromisso, para que sempre e em todo o lugar
cada mulher possa viver e manifestar em plenitude as próprias capacidades obtendo
pleno respeito pela sua dignidade”. (JE)