2013-03-07 14:00:45

Processo de beatificação de Ginetta Calliari


São Paulo (RV) - Ginetta Calliari, Co-fundadora do Movimento dos Focolares no Brasil. No próximo dia 8 de março de 2013, Dia Internacional da Mulher, abre-se uma nova fase no processo de beatificação: do Brasil ao Vaticano. A Missa será presidida pelo Bispo, Dom Ercílio Turco
na Catedral de Osasco.

Ginetta Calliari: uma mulher contemporânea, de grande atualidade. “É um exemplo para toda a sociedade. Testemunha que seguiu um caminho de santidade gera transformações, cria novas perspectivas, promove a fé, a paz e a unidade, que tanto precisamos neste mundo”. Foi o que afirmou o Dom Ercílio Turco, Bispo de Osasco, que iniciou a sua causa de beatificação. Significativo o fato que justamente o dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, seja o dia do seu falecimento (2001), do início da Causa (2007) e agora da conclusão da fase diocesana, para prosseguir depois no Vaticano.

Ginetta, co-fundadora do Movimento dos Focolares no Brasil, passou 40 anos da sua vida nesta terra, que se tornou a sua terra, contribuindo admiravelmente para o progresso espiritual e social do nosso país. Tanto que a sua memória foi celebrada na Câmara dos Deputados em Brasília, nas Assembléias Legislativas de 10 estados e nas Prefeituras de 10 cidades; a Câmara Municipal de São Paulo concedeu-lhe o título de cidadã honorária. Foi reconhecida como modelo de vida também por líderes e seguidores do judaísmo, islamismo e budismo, com os quais havia estabelecido um diálogo fraterno.

Desde jovem sentia uma forte sede de justiça. A notícia que na sua cidade tem algumas jovens que colocam em comum roupas, sapatos, casacos, para distribuí-los aos mais pobres, mesmo sofrendo também elas as condições de indigência causadas pela guerra, abrirá o caminho para uma transformação radical em sua vida. Imediatamente ela quis conhecê-las. Encontra Chiara Lubich. Coloca em comum tudo o que tem e une-se a ela e ao primeiro grupo que a segue para partilhar aquela “revolução evangélica” que tinha por objetivo resolver o problema social de Trento e semear por toda parte, naquele período de grande desagregação social, a fraternidade e a unidade. Era o início de um Movimento que assumirá dimensões mundiais, o Movimento dos Focolares.

Esta experiência continua no Brasil, quando, alguns anos depois, em 1959, junto com outros 7 jovens que, como ela, haviam seguido Chiara, chega a Recife. A respeito do povo desta terra, que se tornará a sua, ela dirá: “Aprendi muito dos brasileiros. São pessoas abertas, hospitaleiras, generosas, dinâmicas e também consequentes. Você apresenta um grande ideal e imediatamente eles se lançam”. De Recife aquela nova vida se difundirá para todo o país.

Assim que chegou, o primeiro impacto foi um choque ao deparar-se com a pobreza vista nas ruas. Logo percebe que “è necessário mudar o homem: é preciso ter homens novos para dar origem a estruturas novas, cidades novas, um povo novo. E isto “unicamente Deus podia fazer, unicamente a força do Evangelho” que já tinham experimentado eficazmente. Com o passar dos anos este sonho começa a tornar-se realidade.

Em meio aos mais pobres, com a comunidade que está surgindo, junto com o pão, semeia a Palavra de Deus. Um bairro de Recife, em condições de vida degradantes, verá a mudança de seu nome e de seu semblante: de “Ilha do Inferno” passará a chamar-se “Ilha Santa Terezinha”.

É fundamental o seu estímulo – que custou “sangue da alma” como ela mesma afirma – para as primeiras concretizações da Economia de Comunhão, um projeto econômico inovador, que teve a sua gênese em 1991, na Mariápolis Araceli (como era chamada naquele tempo a atual Mariápolis Ginetta), durante uma histórica visita de Chiara Lubich. Mesmo entre dificuldades, que não são poucas, surge um Polo empresarial que atrai a atenção não apenas de empresários, economistas e estudantes, mas também de políticos. Nasce o Movimento Político pela Unidade, uma política animada pela fraternidade.

“Não lhe dou um crucifixo de madeira, mas um Crucifixo vivo”, é a entrega que Chiara lhe faz no momento da partida pelo Brasil em 1959. “O Crucifixo estava ali, vivo nos irmãos”. Ao longo de sua vida, foi sempre inabalável a fé que “quem crê Nele, mesmo se morto viverá”. E é Nele que está a raiz de tal fecundidade. A vida de Ginetta teve o seu término no dia 8 de março de 2001. Uma vida permeada de cumes e abismos, de não poucas provações físicas e espirituais, sempre transformadas em fonte de vida que transbordava sobre os outros. (SP-CC)







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