Moscou (RV) – No momento em que os olhares do mundo estão voltados para Roma,
na expectativa da escolha do novo Pontífice durante o Conclave, vamos conhecer como
é escolhido o chefe da Igreja Apostólica Armênia, não-calcedoniana e uma das Igrejas
autocéfalas mais antigas do mundo.
O ‘Katholikos’ da Armênia e de todos os
armênios é o Patriarca chefe da Igreja Apostólica Armênia, a igreja nacional mais
antiga do cristianismo. Com o soberano Trdat III, a Armênia foi a primeira nação a
adotar o cristianismo como religião de Estado, em 301, dez anos antes do Império Romano.
É uma das igrejas orientais ortodoxas que não reconhecem as decisões do Concílio de
Calcedônia de 451. Não tem comunhão nem com o Catolicismo romano e nem com o mundo
Ortodoxo russo, mas atualmente desenvolve estreitas relações ecumênicas com ambas
as igrejas.
O chefe da Igreja Apostólica Armênia é chamado também de ‘Katholikos
de Etchmiadzin”, cidade-sede do Patriarcado, a poucos quilômetros de distância da
capital Yerevan. Desde 1999 o ‘Katholikos’ armênio é Karenin II, o 132º de uma história
milenar. O Katholikos é escolhido por toda a vida entre os bispos do Concilio Nacional
das Igrejas, composto pelo clero e leigos que representam todas as dioceses e as comunidades
da Igreja armênia no mundo. Normalmente são 300 a 540 representantes.
O procedimento
da escolha do Patriarca, prevê que o Concílio se reúna em Etchmiadzin e escolha, com
voto secreto, 5 candidatos e dentre estes, posteriormente será eleito o Katholicos.
Na
cerimônia de entronização, 12 bispos concedem a sagrada unção com mirra e o abençoam
com uma relíquia de São Gregório o Iluminador, o apóstolo dos armênios. Após, lhe
entregam os símbolos do cargo, entre os quais um brasão, um selo, uma bandeira, uma
cruz que circunda o tradicional capuz preto usado pelo clero armênio e dois pastorais.
(JE)