Fórum Político do SECAM: apelo por uma Igreja mais ativa nos países africanos
Acra (RV) - Realiza-se em Acra, capital de Gana, até o próximo dia 8, o Fórum
Político do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (SECAM).
Na
abertura do evento, nesta terça-feira, 4, o Arcebispo de Acra, Dom Charles Gabriel
Palmer-Buckle, tesoureiro do SECAM, fez um apelo à Igreja na África para que tenha
um papel mais ativo e decisivo nos esforços para enfrentar os desafios políticos e
socioeconômicos do continente.
O prelado evidenciou a falta de ligação entre
política e população em favor da promoção do desenvolvimento e respeito da dignidade
humana. "Não obstante os 50 anos de independência de muitos países africanos e faltando
dois anos para o término do alcance das metas de desenvolvimento do milênio, foram
obtidos poucos resultados", frisou ele.
Dom Palmer-Buckle espera que o seminário
ajude a Igreja a refletir sobre o desenvolvimento humano integral e olhar para um
novo renascimento do continente.
Segundo o tesoureiro do SECAM, "o programa
de desenvolvimento deve se basear na plena realização dos principais direitos humanos
universalmente reconhecidos, como a liberdade individual por uma democracia participativa,
a igualdade entre nações e indivíduos, a solidariedade baseada na equidade e justiça
social, a tolerância com a diversidade de crenças, culturas e línguas, o respeito
pela natureza por um desenvolvimento sustentável, e a partilha de responsabilidades
na gestão do desenvolvimento econômico e social mundial".
Nesse contexto, o
prelado destaca a importância da Doutrina Social da Igreja, das exortações apostólicas
de João Paulo II e Bento XVI, respectivamente "Ecclesia in Africa" e "Africae Munus",
e de valores como a tutela da vida, a opção preferencial pelos pobres e o bem comum.
O secretário-geral do SECAM, Pe. François-Xavier Damiba, espera que do fórum
possam surgir medidas capazes de reforçar a imagem da Igreja na África tanto no âmbito
nacional quanto continental.
O encontro conta com 57 participantes provenientes
de 30 países africanos e alguns expoentes da Caritas dos Estados Unidos, Catholic
Relief Service. (MJ)