Lisboa (RV) - A Caritas Portuguesa celebrou ontem, domingo, seu Dia Nacional,
encerrando também a coleta pública que se iniciou quinta-feira para angariar fundos
que revertem para as respostas sociais da organização católica. “Reconhecendo as dificuldades
por que passam todas as famílias portuguesas o apelo à participação nesta coleta é
também um apelo a um gesto de solidariedade e de cidadania”, assinalou o organismo,
em comunicado.
Ao longo do ano 2012, a Caritas Portuguesa registrou um aumento
das “situações de emergência social” na ordem dos 60%. Segundo registros internos
da instituição, mais de 56 mil famílias solicitaram apoio à instituição em 2012 e,
a nível individual, foram declarados mais de 158 mil pedidos de ajuda em território
nacional.
Para o presidente da organização católica de solidariedade e ação
humanitária, “a causa principal dos problemas de Portugal é, sem dúvida, o desemprego”,
que segundo dados apresentados na sexta-feira pelo Eurostat atingiu o valor recorde
de 17,6% no primeiro mês de 2013. “A Caritas não cruzará os braços no que estiver
ao seu alcance para aliviar o desemprego. Não queremos gerir a pobreza dos pobres,
mas libertar os pobres da pobreza”, disse Eugénio Fonseca à Agência ECCLESIA.
A
Cáritas Portuguesa escolheu como tema para o seu Dia Nacional de 2013 a expressão
‘Fé comprometida. Cidadania ativa’. O presidente da Comissão Episcopal responsável
pela Pastoral Social escreveu uma mensagem para esta celebração na qual alertou para
a necessidade de os católicos portugueses terem uma presença “interventiva” para enfrentar
a atual crise econômica, propondo um “novo modelo de sociedade”. “Os sinais que os
tempos nos oferecem interpelam-nos, pedem a nossa responsabilidade, exigem o nosso
compromisso. Como cidadãos e cristãos nunca poderemos alhear-nos das condições de
vida das pessoas e dos problemas da sociedade”, escreve Dom Jorge Ortiga, Arcebispo
de Braga.
A Caritas Portuguesa marcou sua semana nacional, com várias ações
locais, para além da coleta de donativos. A coleta envolveu cerca de cinco mil voluntários,
devidamente autorizados e identificados, presentes nas ruas, espaços comerciais e
paróquias de todo o país; em 2012, a iniciativa angariou cerca de 300 mil euros.
A
Caritas Portuguesa foi distinguida em dezembro de 2012 com o Prêmio Direitos Humanos
da Assembleia da República pela sua intervenção de “resposta sempre presente aos pedidos
de assistência dos cidadãos que não têm possibilidades de garantir as suas necessidades
básicas”. (SP-ECCLESIA)