2013-03-01 11:09:24

A experiência de conversar com Bento XVI. Ouça


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Cidade do Vaticano (RV) - Colaborador do Pontificado durante 4 anos (2006/2010), o Cardeal Cláudio Hummes, Prefeito emérito da Congregação para o Clero, define o Papa emérito um ‘santo homem’. Em meio às dificuldades do trabalho da Congregação e dos conflitos e tensões existentes, o amigável relacionamento com Joseph Ratzinger, no dia a dia, foi o que lhe deu a força para continuar. Ouça Dom Cláudio, em exclusiva para a RV, clicando acima.

O Papa foi sempre uma pessoa assim extremamente acolhedora, que fomos conhecendo aos poucos, à medida que tínhamos contato com ele por causa das questões envolvidas na Congregação. Tive muitas audiências com ele. Ele sempre foi um Papa extremamente santo, um santo homem, de uma espiritualidade que você percebe imediatamente. Ele vê sempre as coisas diante de Deus, na fé. Coloca Deus em primeiro lugar: é Ele que nos ilumina, é a nossa grande luz e força. Isto ele sempre manifestou”.

“Depois, é um homem extremamente inteligente, um grande intelectual, um muito racional, um teólogo respeitabilíssimo, que sempre de novo se manifesta, mas ao mesmo tempo, um teólogo que sabe dizer as coisas com simplicidade, de forma que se pode seguir facilmente seu pensamento, falado e escrito”.

“No contato pessoal, ele é uma pessoa muito envolvente: ele te olha nos olhos, fala contigo, ri junto; ele te interrompe, você pode interrompê-lo. É uma verdadeira conversa que se faz com ele, ele se envolve, esquece o tempo e fica ali conversando. Esta bondade, esta doçura dele, este acolhimento, o entregar-se quando se está em conversa dois a dois é admirável neste Papa. E foi isto que o povo foi descobrindo e se encantando com ele. De forma que foi um tempo muito bom; para mim foi um tempo de experiência nova, que certamente me enriqueceu muito, mas também um tempo bom por causa deste relacionamento com o Papa de modo especial. Dentre a Cúria romana, tínhamos este contato no dia a dia. Sempre tive as melhores impressões. Claro que se ouvia a respeito de tensões aqui e lá, e coisas complicadas para se resolver, e talvez hoje se saiba muito mais sobre isso, mas eu na realidade devo dizer que fui sempre muito bem acolhido. Todos me manifestavam fraternidade, amizade, e isto foi o que também me segurava e dava força no dia a dia”.
(CM)







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