Cardeal Vegliò a empresários cristãos: na Igreja ninguém é estrangeiro
Cidade do Vaticano (RV) - "Na Igreja ninguém é estrangeiro": foi o que recordou
na manhã desta terça-feira o presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os
Migrantes e os Itinerantes, Cardeal Antonio Maria Vegliò, participando de um encontro
da União cristã de empresários dirigentes (Ucid, na sigla em italiano), realizado
em Roma na sede da prestigiosa revista jesuíta "La Civiltà Cattolica".
"O mundo
globalizado, os fluxos migratórios e a formação de uma família humana universal: foram
os pontos desenvolvidos pelo purpurado, indicando aos empresários católicos o caminho
a ser tomado no acolhimento aos migrantes, particularmente àqueles mais em dificuldade,
com cordialidade e fraternidade "numa sociedade caracterizada sempre mais pela pluralidade
étnica e cultural".
"De fato, existe uma única família humana" à qual a Igreja
"é chamada a servir", "uma só comunidade do gênero humano", porque "todos os homens
têm uma única origem e causa" e uma única meta definitiva e final: o próprio Deus",
ressaltou o purpurado.
E embora hoje – observou o presidente do Dicastério
vaticano dedicado aos migrantes e aos itinerantes – o mundo esteja "interconectado
mais do que nunca", no entanto, "a mobilidade das pessoas encontra barreiras que limitam
esta mobilidade".
E embora tenhamos "fluxos financeiros e comerciais tão livres"
e "intercâmbios em tempo real", no entanto, as migrações são excluídas dos ideais
de uma globalização de interesses comuns de povos.
"O livre movimento das pessoas
entre nações – estigmatizou o Cardeal Vegliò – é objeto de discussões acirradas e
de negociações internacionais, muitas vezes voltadas a permitir somente movimentos
temporários de pessoas qualificadas diretamente ligadas aos negócios ou prestação
de serviços."
As políticas restritivas favorecem a clandestinidade dos migrantes
e os tráficos ilícitos de seres humanos. Para além do direito de migrar deve ser reafirmado,
primeiramente, e defendido, "o direito de não emigrar", de permanecer na própria terra".
(RL)