2013-02-22 18:23:28

Cardeal Ravasi: "Sacerdotes testemunhas na sociedade, mas livres de vínculos políticos"


Cidade do Vaticano (RV) - Penúltimo dia dos exercícios espirituais no Vaticano. O Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi, pregador dos Exercícios espirituais propostos aos Papa e à Cúria Romana, enfatizou nesta sexta-feira, a figura do sacerdote, da família e idosos em suas meditações.

Os Salmos 16 e 73 guiaram a primeira meditação de hoje feita pelo purpurado. Dois textos sacerdotais que tem no final uma mensagem quaresmal. Em ambos se confessa a fraqueza, o pecado, mas depois se olha para meta final que é a perfeita comunhão com Deus.

Falando sobre as características do sacerdote na Torá, o purpurado se deteve num ponto fundamental: "O sacerdote deve estar presente na sociedade e porque é o elo entre Deus e o povo deve estar livre de todo vínculo e interesse concreto. Não deve participar e nem se envolver em questões políticas, mesmo estando presente com o seu testemunho."

A família e os idosos estiveram no centro da segunda meditação feita pelo Cardeal Ravasi nesta sexta-feira. O purpurado recordou a eficaz definição dada pelo sociólogo Levi-Strauss, que considera a família como uma "união mais ou menos durável, que pode ser encontrada em toda sociedade".

"A sociedade contemporânea, infelizmente, adotou como emblema a porta blindada. Tem-se medo de tudo o que está fora. Uma vez, em nossa tradição, o pátio das casas era o lugar onde se vivia, as portas estavam sempre abertas e havia comunicação. Os sorrisos e as lágrimas eram partilhados", destacou.

No Salmo 128 se nota como o pai é aquele que mantém a família e a mãe a videira fecunda, aquela que está na intimidade da casa: "Uma intimidade que não é feita somente de sexualidade. Aliás, a cultura e a sociedade contemporânea quebraram o colar feito de três anéis. O primeiro: a sexualidade, mas a sexualidade é também animal e não é suficiente. O segundo anel: o homem que é capaz de eros, que não é pornografia. O eros é a descoberta da beleza, do fascínio, do sentimento, da paixão, do desejo de estar juntos, a maravilha da aparência do rosto. No entanto, não basta. O terceiro anel: o amor, pois o homem é capaz de amar."

Os filhos são sinais da criação e da história da salvação que continua, e também os idosos que estão presentes várias vezes no Saltério. O Cardeal Ravasi concluiu a meditação recitando um hino tibetano antigo: "o corpo do homem velho é um tesouro precioso de canções de fé".

Amanhã, sábado, haverá a última meditação do cardeal e o discurso de Bento XVI na conclusão dos exercícios Espirituais. (MJ)







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