New York (RV) – A quinua pode desempenhar um papel importante na eliminação
da fome, da desnutrição e da pobreza, afirmou nesta quarta-feira, 20, o Diretor Geral
da FAO, José Graziano, durante o lançamento, na sede da ONU, do Ano Internacional
da Quinua.
Entre os participantes, o Secretário-Geral da ONU Ban Ki-moon, o
Presidente boliviano Evo Morales e a Primeira-dama do Peru, Nadine Heredia Alarcón
de Humala, que celebraram juntos o reconhecimento deste ‘super alimento’ dos Andes,
semelhante a um cereal, altamente nutritivo, rico em proteínas e micronutrientes.
“Hoje
estamos aqui para destacar este novo aliado na luta contra a fome e a insegurança
alimentar, a quinua", disse Graziano da Silva, referindo-se à adaptabilidade e às
características nutricionais desta excepcional cultura.
A quinua é a única
planta que contém todos os aminoácidos essenciais, micronutrientes e vitaminas e que
tem a capacidade de adaptar-se a climas e ambientes ecológicos diferentes. É resistente
à seca, pode se desenvolver em solos pobres e salinos e pode ser cultivada em áreas
quer ao nível do mar quer em altitudes de 4 mil metros. Tolera temperaturas entre
-8 e 38º C.
A planta é originária dos Andes, mas está mostrando bons resultados
no Quênia e no Mali. Estudos da FAO revelam que ela poderia ser cultivada no Himalaya,
nas planícies da Índia, no Sahel africano, no Iêmen e em outras regiões áridas do
mundo.
O Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon afirmou que “é chegado o momento
de dar à quinua o reconhecimento mundial que merece”. “Esta planta – acrescentou –
é fundamental para a Campanha Fome Zero”, pois além do seu valor nutricional pode
se tornar uma importante fonte de renda para os agricultores. A maior parte dos produtores
de quinua nos Andes é formada por pequenos agricultores.
A quinua foi uma importante
fonte de alimento para as civilizações pré-colombianas, perdendo apenas para a batata.
Ela pode ser consumida como grão ou transformada em farinha. O Presidente boliviano,
Evo Morales, destacou a importância das populações indígenas na preservação deste
cultivo por mais de sete mil anos. “A quinua é um dom ancestral das populações andinas”,
frisou.
“O Ano Internacional da quinua servirá não somente para estimular o
seu cultivo em todo o mundo, mas também para reconhecer a importância do conhecimento
dos nossos ancestrais e dos pequenos produtores’, afirmou Graziano. (JE)