2013-02-21 18:43:12

Cardeal Ravasi: "Indiferença e superficialidade, males da cultura atual"


Cidade do Vaticano (RV) - Reconciliação e penitência, a ausência de Deus e o nada. Estes foram os temas das meditações desenvolvidas pelo pregador dos Exercícios espirituais propostos aos Papa e à Cúria Romana, Cardeal Gianfranco Ravasi.

Depois de ver o limite que levamos a Deus, a dor na forma física e moral, o Cardeal Ravasi propõe a meditação sobre o delito, o castigo e o perdão. "Pecado é um ato pessoal que nasce da liberdade humana."

É rebelião, revolta, um desviar da meta, mas, sobretudo um afastamento de Deus: "O pecado é uma realidade, primeiramente e acima de tudo, teológica; pode ter implicações psicológicas, mas é teológica. Por isso, o Sacramento da Reconciliação não poderá nunca ser comparado a uma sessão psicanalítica, porque é absolutamente fundamental a consciência que o pecador tem de Deus."

É na conversão que se encontra o caminho certo, na mudança de rota e na mudança de mentalidade - como pregava Jesus - deixando para trás as coisas às quais nos apegamos. Um caminho que, inevitavelmente, requer esforço.

"No percurso fatigante rumo ao perdão não falta tensão, expectativa, suspiro profundo para chegar a ser homens novos", disse o Cardeal Ravasi, acrescentando: "Na sociedade nem sempre se dá a possibilidade de recomeçar: alguns estão agora marcados, mesmo se é verdade que na legislação existem tentativas de recompor e repropor para a sociedade uma pessoa que errou. No entanto, permanece sempre esse tipo de selo sobre a pessoa considerada pecadora. Isto, porém, não existe na Bíblia; no profeta Isaías existe a imagem que Deus lança para trás os pecados. Portanto, eles não existem mais. Eles são verdadeiramente cancelados."

A ausência de Deus e o nada. "Um tema que no Saltério é repetido várias vezes no Salmo 14 e no Salmo 53. Entra-se no mundo do ateísmo prático. Ausência e nada: dois termos que não são sinônimos; o primeiro significa saudade de Deus e o nada é o verdadeiro mal da cultura de hoje. É a indiferença, é a superficialidade, é a banalidade. É o vazio, o nada, não um vazio com expectativa. Pastoralmente, encontramos muitas vezes esta segunda forma de ateísmo", concluiu o Cardeal Ravasi. (MJ)







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