Cidade do Vaticano (RV) – Segundo a Constituição Apostólica Universi Dominici
Gregis, 84: Em tempo de Sé Vacante, e sobretudo durante o período em que se desenvolve
a eleição do sucessor de Pedro, a Igreja está unida em modo todo particular com os
sagrados Pastores e especialmente com os Cardeais eleitores do Sumo Pontífice e implora
a Deus o novo papa como dom de sua bondade e Providência.
À exemplo da primeira
comunidade cristã, da qual se fala no Ato dos Apóstolos (cf. At 1,14), a Igreja Universal,
espiritualmente unida com Maria, Mãe de Jesus, deve perseverar unanimemente na oração;
assim, a eleição do novo Pontífice não será um fato isolado do Povo de Deus e dizendo
respeito somente ao Colégio dos eleitores, mas, num certo sentido, uma ação de toda
a Igreja. Estabeleço, por isto, que em todas as cidades e nos outros lugares, pelo
menos os mais distintos, assim que se tenha a notícia da vacância da Sé Apostólica
e, de modo particular, da morte do Pontífice, após a celebração das solenes exéquias,
se elevem humildes e insistentes orações ao Senhor (cf. Mt 21,22; Mc 11,24), para
que ilumine a alma dos eleitores e os torne assim concordes na sua tarefa, que se
obtenha uma solícita, unânime e frutuosa eleição, como exige a saúde das almas e o
bem de todo o Povo de Deus.
85. Recomendo isto em modo vivíssimo e cordialíssimo
ao veneráveis Padres Cardeais que, em razão da idade, não gozam mais do direito de
participar à eleição do Sumo Pontífice. Pelo especialíssimo vínculo com a Sé Apostólica
que a púrpura cardinalícia comporta, se coloquem a frente do Povo de Deus, reunido
particularmente nas Basílicas Patriarcais da Cidade de Roma e também nos lugares de
culto das outras Igrejas Particulares, porque com a oração assídua e intensa, sobretudo
enquanto se desenvolve a eleição, se obtenha do Onipotente Deus a assistência e a
luz do Espírito Santo necessária aos Irmãos eleitores, participando assim eficazmente
e realmente ao árduo trabalho de prover a Igreja universal de seu Pastor.
86.
Peço, depois, àquele que será eleito de não subtrair-se à tarefa a qual é chamado,
pelo temor do seu peso, mas, de submeter-se ao desígnio da vontade divina. Deus, de
fato, ao impor-lhe o ônus, o sustenta com sua mão, para que ele não seja incapaz de
carregá-lo; ao conferir a ele o árduo encargo, Ele também lhe ajuda a carregá-lo e,
dando-lhe dignidade, lhe dá também a força de não falhar sob o peso da tarefa.