2013-02-18 11:57:12

Bento XVI recolhido em oração, esta semana: Exercícios espirituais do Vaticano, dirigidos pelo Cardeal Ravasi


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Com a celebração de Laudes e a primeira meditação da manhã, prosseguiram nesta segunda-feira, no Vaticano, os Exercícios Espirituais do Papa e da Cúria Romana, iniciados ontem ao fim da tarde, com a recitação de Vésperas, a exposição do Santíssimo Sacramento e meditação introdutiva. Prega este retiro o cardeal Gianfranco Ravasi.
O programa de cada dia prevê, para além de Laudes e da primeira meditação às 9 horas, outra reflexão às 10.15 e, às 17, uma terceira, seguida da celebração de Vésperas, adoração e bênção eucarística.

Ontem à tarde, numa saudação inicial, antes da primeira medição, o cardeal Ravasi propôs uma imagem bíblica para representar o futuro da presença de Bento XVI na Igreja, uma presença contemplativa, como a de Moisés que sobe à montanha a rezar pelo povo de Israel que em baixo, no vale, combate contra Amalek:
“Essa imagem representa a função principal – sua – para a Igreja, isto é, a intercessão, interceder: nós ficaremos no vale, naquele vale onde está Amalek, onde existe a poeira, onde existem receios, também os terrores, os pesadelos, e também as esperanças, onde Vossa Santidade ficou connosco nestes oito anos. De hoje para adiante, porém, saberemos que, no monte, existe a Vossa intercessão por nós.”

O purpurado convidou em seguida, a entrar na primeira meditação observando silêncio na alma, libertando-se dos muitos rumores da vida quotidiana: “Penso que também para nós, os Exercícios, nestes momentos, são um pouco como livrar a alma das coisas da terra, também da lama do pecado, da areia das banalidades, das ortigas da conversa fiada que, sobretudo nestes dias ocupam ininterruptamente os nossos ouvidos”.
Na meditação (inicial, de ontem), o cardeal Ravasi abordou o tema da oração nos Salmos, sublinhando 4 verbos: rezar é respirar, porque a oração é o ar, a respiração, para a nossa vida; rezar é também pensar, conhecer Deus, como fazia Maria que conservava no seu coração os acontecimentos; rezar é também lutar com Deus, sobretudo quando se está na aridez, na escuridão da vida, quando elevamos ao alto o nosso grito desesperado, que pode parecer mesmo blasfemo; rezar, enfim, é amar, poder abraçar Deus. E a oração muitas vezes - concluiu o cardeal Ravasi – é um silencioso cruzar de olhares entre dois apaixonados:
“ Sabemos bem que na fé, como no amor, os silêncios são muito mais eloquentes do que as palavras. Dois verdadeiros apaixonados, depois que exauriram todo o arsenal dos lugares comuns do seu amor, repetindo-se também o estereótipo do amor, se são verdadeiramente apaixonados, fixam-se nos olhos e calam-se”.








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