2013-02-16 15:39:20

"Papa mostra grandeza do ministério petrino". Card. Ravasi prega Exercícios Espirituais ao Papa e à Cúria Romana


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Na homilia da Missa de Quarta Feira de Cinzas, Bento XVI recordou que as divisões no corpo eclesial desfiguram o rosto da Igreja. O Papa exortou a viver a Quaresma numa comunhão eclesial mais intensa, superando individualismos e a rivalidades. São palavras particularmente significativas nestes últimos dias de Pontificado, como comenta o Cardeal Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontifício Concílio para a Cultura, em entrevista ao nosso colega da redação italiana Fabio Colagrande:
R. – A surpresa, naturalmente, declararam-na todos perante a surpresa. Devo dizer que senti sobretudo a admiração, porque o Papa manifestou a grandeza da missão petrina, precisamente ao declarar que a sua fragilidade física tornava este serviço mais difícil. Sob esta luz penso, pois, que se deve admirar por aquilo que fez, em certo sentido, um acto teológico: demonstrou de maneira incisiva o que é realmente o ministério petrino, exactamente no momento em que declarava que já não era capaz fisicamente para poder continuá-la.
R. – O facto de que o ministério é um ministério e esta palavra que usamos, que praticamente foi transformada em sentido também negativo pela tradição política, esta palavra tem no seu coração o "minus", ou seja, o estar ao serviço de, o 'ser menos, não ser dominador. Uma pessoa que é imperial e que exerce este poder, pode tê-lo na mão exclusivamente como sua propriedade. Quando, porém, é um acto de ministério é preciso também ser capaz de se tornar "minus", isto é, de se subtrair para deixar mais espaço a quem consegue realizá-lo mais plenamente.
O Cardeal Ravasi irá pregar a partir de amanhã (dia 17) os exercícios espirituais da Quaresma para o Papa e a para a Cúria Romana, exactamente por escolha de Bento XVI. Nesta contingência particular apresentou-nos o seu estado de espírito para esta tarefa.
R. – Devo dizer que que a emoção é ultrapassada pelo menos por duas razões: a primeira porque o próprio Papa confirmou estes exercícios, querendo-os quase como uma espécie de oásis de serenidade, depois deste vendaval mediático, que ocorreu em consequência da sua opção. Sob este ponto de vista será, pois, um momento de serenidade. Por outro lado, os exercícios são sempre uma experiência de família, porque não estão presentes apenas os meus colegas, mas também pessoas que fazem parte da vida quotidiana da Cúria Romana, e portanto da vida quotidiana do Papa. E’ um mundo interno que tem uma função importante dentro da Igreja e que se encontra num momento de silêncio, de reflexão. Provavelmente nunca como neste momento também a nossa comunidade, daqueles que estão mais próximos do Papa na colaboração, precisam de ter este espaço absoluto, eu diria mesmo branco, em que se está sozinho com a própria consciência e com Deus.








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