Resgatar a classe média criando empregos - ideia principal do discurso do Estado da
União de Barack Obama
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu mais ação nesta terça-feira (dia
12) no seu discurso sobre o Estado da União para impulsionar o crescimento económico,
resgatar a classe média tornando realidade uma agenda progressista que inclui a reforma
migratória, o controlo das armas e o combate às mudança climáticas. No primeiro
discurso perante o Congresso em seu segundo mandato, centrado na economia e em assuntos
domésticos, Obama anunciou também o regresso de 34 mil soldados do Afeganistão no
prazo de um ano e o início de negociações com a União Europa (UE) para uma zona de
livre comércio, além de prometer firmeza contra as ameaças nucleares da Coreia do
Norte. "Uma economia em crescimento que crie bons empregos para a classe média:
essa deve ser a estrela polar a guiar nossos esforços", ressaltou ao alertar que os
lucros empresariais "dispararam ao seu máximo, enquanto há mais de uma década os salários
e a renda quase não se movimentaram". Obama expressou o desejo de que "a próxima
revolução industrial seja feita nos EUA", ao anunciar a criação de três novos centros
de inovação para que o país seja um criador de novos empregos. Para o crescimento
da classe média, os americanos "devem ter acesso à educação e à capacitação que exigem
os empregos hoje em dia", argumentou Obama ao propor mais investimentos para ampliar
o acesso a programas pré-escolares de "alta qualidade". A aposta na educação e
nas energias limpas é fundamental no plano económico apresentado pelo presidente,
que também pressionou os congressistas "a deixarem os interesses partidários de lado"
e a trabalharem "por um orçamento que substitua os cortes insensatos com economias
inteligentes e sábios investimentos no futuro". Desta forma, em um dos momentos
mais aplaudidos do discurso, exortou o Congresso a aprovar leis para o controle das
armas porque, segundo ele, após o massacre em Newtown, o debate agora "é diferente"
e uma "arrasadora maioria" dos americanos "uniu forças" em torno de reformas "de bom
senso". Em política externa, não houve anúncios significativos além do relativo
ao Afeganistão e da promessa de que haverá "medidas firmes" em resposta às ameaças
nucleares da Coreia do Norte, assim como o compromisso de fazer "o necessário" para
impedir que o Irão obtenha uma arma atómica. Além disso, prometeu mais transparência
na luta antiterrorista, mas também sustentou que "quando for necessário" seguirá tomando
"ações diretas" contra aqueles que representarem uma ameaça para os americanos.