2013-02-13 19:26:28

Estudantes de Al-Azhar pedem que novo Papa 'respeite o Islã'


Cairo (RV) – Dois anos após o congelamento no diálogo entre o mundo muçulmano e o cristianismo, representados por ‘Al-Azhar’ e o Vaticano, partem sinais de ‘abertura’ a relações baseadas no ‘respeito recíproco’, vindos da mais importante instituição do mundo sunita, a Universidade de Al-Azhar, no Cairo.

“Uma cautelosa abertura que coincide – como explica a nota – à renúncia de Bento XVI”, acusado de ‘ingerências indevidas’ por ter pedido a proteção dos cristãos na região, após o atentado em Alexandria em 2011, e que desencadeou protestos pela citação de um imperador bizantino de que o Islã é desumano.

Os teólogos de Al-Azhar, assim como seus milhares de jovens estudantes, pedem que o novo Papa ‘respeite ao Islã’. “Não existem absolutamente contatos e tudo dependerá do novo Papa”, disse à agência ANSA um colaborador do Grande Imã Ahmed-el-Tayyeb.

O teólogo da Academia das Ciências Islâmicas, Abdallah al Nagar, afirmou que o novo Papa deverá mostrar “respeito pelo Islã”, explicando que “Bento XVI tinha opiniões chocantes sobre o Islã”. “Não existe hostilidade em relação ao Papa, é uma pessoa respeitável, mas o diálogo deve ser baseado no respeito mútuo”, sublinha.

No gigantesco campus da universidade, existe uma rigorosa divisão entre jovens do sexo masculino e feminino e o fechamento em relação à Igreja Católica é perceptível. Pouquíssimos dos jovens sabem da renúncia de Bento XVI, mas todos são unânimes em dizer que um sucessor de Bento XVI deveria demonstrar ‘mais respeito ao Islã como religião’.

Mohamed, um estudante de engenharia perguntou "por que na Europa existe uma lei contra insultos ao Holocausto judeu mas não contra o Islã?", opinião dividida com outros colegas. Quando o repórter da ANSA explica que o Holocausto judeu tem um significado histórico muito particular, os estudantes rebatem afirmando que "também os árabes foram massacrados, em Andaluzia e recentemente na Bósnia”.

Uma jovem muçulmana chamada Fatma, que estuda hebraico, defende que “não deve haver nenhuma relação com o Vaticano enquanto não houver respeito pela nossa religião”. Ela, usando um véu negro, justifica seu tema de estudo dizendo “Devemos conhecer o inimigo”, explicando que “inimigo são os sionistas, os judeus extremistas e não todos os judeus”. (JE)








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