Cidade do Vaticano (RV) - "O Papa sentiu ao longo dos anos e nesses dias o
apoio da oração do Povo de Deus", foi o que disse o Diretor da Sala de Imprensa da
Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, durante a coletiva de imprensa desta quarta-feira,
após a renúncia de Bento XVI.
Ressaltando mais uma vez que a renúncia do Papa
realizou-se em plena liberdade e para o bem da Igreja, Pe. Lombardi evidenciou, falando
com os jornalistas presentes na Sala de Imprensa da Santa Sé, como tal decisão, que
pode também desorientar, deve ser vivida.
"Deve ser vivida num clima de fé,
certeza do apoio de Cristo à sua Igreja. O Papa sabe que o seu ministério é um ministério
mantido pela graça de Cristo" – sublinhou o jesuíta.
O Diretor da Sala de Imprensa
da Santa Sé ressaltou mais uma vez que o Papa não terá nenhuma função no conclave
e voltará ao Vaticano para estudar, rezar e garantir sua proximidade e apoio espiritual
ao seu sucessor, através de uma presença discreta. Foi desmentida a notícia de sua
transferência para Montecassino ou outras localidades após o período de sé vacante.
Pe. Lombardi confirmou que o clima no Vaticano é de surpresa e reflexão sobre
o significado da decisão de Bento XVI. O jesuíta manifestou seu sentimento pessoal
de grande admiração pelo pontífice.
"Estou admirado pelo fato que o Papa tenha
feito essa sua avaliação tendo vivido plenamente, lucidamente e eficazmente o seu
ministério até hoje e tenha afirmado que para desempenhar adequadamente o ministério
no mundo de hoje, com suas exigências e seu dinamismo, é necessário também o vigor
quer do corpo quer do espírito", frisou Pe. Lombardi.
O Santo Padre permanece
exercendo plenamente as suas funções até o próximo dia 28. Amanhã, quinta-feira, 14,
se realiza o encontro com o clero de Roma; na sexta-feira, 15, a audiência com o Presidente
da Romênia e com os bispos da Ligúria em visita ad limina; no sábado, 16 de fevereiro,
pela manhã, o encontro com o Presidente da Guatemala e com os bispos da região da
Lombardia. Em seguida, às 18h locais, a audiência com o senador Mario Monti. No domingo,
17, ao meio-dia o Angelus, e às 18h locais terá início o retiro conduzido pelo Cardeal
Gianfranco Ravasi.
Na próxima semana serão canceladas todas as atividades,
incluindo a audiência geral de quarta-feira, dia 20. No sábado, 23 de fevereiro, pela
manhã, o retiro se concluirá com as palavras proferidas pelo Papa. Às 11h30 de Roma,
Bento XVI se reunirá com o presidente italiano, Giorgio Napolitano. No domingo, 24,
ao meio-dia, Bento XVI conduzirá o último Angelus de seu pontificado com os fiéis
reunidos na Praça de São Pedro.
Na segunda-feira, 25 de fevereiro, o pontífice
se encontrará com alguns cardeais em audiências individuais. Na quarta-feira, 27,
a última audiência geral se realizará na Praça São Pedro. Na quinta-feira, 28 de fevereiro,
às 11h locais os cardeais saudarão o Papa na Sala Clementina, no Vaticano. Bento XVI
deixará o Vaticano e se transferirá para Castel Gandolfo, na tarde desse dia, por
volta das 17h e a partir das 20h locais terá início a sé vacante. Foram anulados todos
os compromissos agendados após essa data. De 15 a 20 de março terá início o conclave
para eleger o novo Papa. (MJ)