2013-02-12 17:32:09

Tráfico de crianças em Portugal aumentou em 2012


O número de crianças vítimas de tráfico sinalizadas em 2012 aumentou significativamente em Portugal, devido sobretudo a casos de mendicidade, ou seja, crianças a pedir esmola ao serviço de redes organizadas. No ano passado aumentou também a sinalização de portugueses, homens, vítimas de tráfico para exploração laboral no estrangeiro, uma tendência que já se verificava em 2011.
A informação foi dada ao jornal Público por Joana Wrabetz, directora do Observatório do Tráfico de Seres Humanos (OTSH), que não pode adiantar ainda os números finais do ano, por esta entidade do Ministério da Administração Interna estar ainda a elaborar o relatório de 2012. Estas sinalizações têm que ser confirmadas uma a uma, pois pode haver casos em que as pessoas sejam vítimas de outros tipos de crime.
Mas, para Joana Wrabetz, é uma "nota positiva" as redes de tráfico de crianças para mendicidade "terem sido identificadas", pois reconhece-se que elas existem e permite que sejam vistas "não como uma questão cultural". Além de crianças, também mulheres grávidas, portadores de deficiência e idosos são usados nestas redes de mendicidade, acrescenta.
Em 2011 foram confirmadas 11 vítimas de tráfico de seres humanos em Portugal, três delas menores (para exploração laboral, sexual e tentativa de adopção), e 18 portugueses no estrangeiro, 17 para exploração laboral. Ao todo, foram sinalizadas 79 vítimas nesse ano, 48 em Portugal e 31 no estrangeiro.
Mas estes dados serão muito inferiores à realidade. As 122 vítimas identificadas entre 2008 e 2011 são um número que é apenas "a ponta do icebergue", diz Petya Nestorova, secretária do Grupo de Peritos em Acção Contra o Tráfico de Seres Humanos (GRETA), organização do Conselho da Europa que controla a forma como é implementada a convenção contra este tipo de crime, em vigor desde 2008.
Para explicar por que acha que os dados serão muito superiores, Petya Nestorova dá o exemplo dos números divulgados recentemente pela Organização Mundial do Trabalho, que estima que há no mundo 21 milhões de pessoas sujeitas a trabalhos forçados, 880 mil delas na Europa.











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