Judeus destacam boas relações com cristianismo durante pontificado de Bento XVI
Jerusalém (RV) – O Papa Bento XVI melhorou as relações entre o cristianismo
e o judaísmo, contribuindo a uma “diminuição de atos antisemitas no mundo”, declarou
à Agência France Press o porta-voz do Grão Rabino de Israel, Yona Metzger, em reação
ao anúncio de sua renúncia.
“Nós somos agradecidos ao Papa Bento XVI por tudo
o que ele tem feito para fortalecer o relacionamento entre as religiões e para promover
a paz entre elas”, afirmou o rabino através seu porta-voz.
"Desejo a ele boa
saúde. Espero e rezo, para que seu legado continue e que as orientações do Vaticano,
durante o seu pontificado e de seu predecessor, João Paulo II, continuem", acrescentou.
O
Presidente israelense, Shimon Peres, em um comunicado, declarou estar "triste" com
a decisão. "O Papa Bento XVI tem a profundidade de um grande pensador, a sinceridade
de um grande crente, a paixão de um pacificador, e sabedoria para levar em consideração
as mudanças na história, sem alterar os seus valores", afirmou.
O Primeiro-ministro
israelense, Benjamin Netanyahu, elogiou a coragem do Papa e de vários outros líderes
religiosos judeus que deram um passo essencial na luta contra o anti-semitismo dentro
da Igreja.
Para a comunidade judaica, uma das realizações mais importantes
de Bento XVI tem sido a de isentar os judeus da responsabilidade pela morte de Jesus.
Em um livro publicado em 2011, o Papa escreveu que "a aristocracia do templo" em Jerusalém
e as "massas" - e não "o povo judeu como um todo" - foram os responsáveis pela crucificação
de Cristo.
O Congresso Judaico Mundial, disse em um comunicado que o Papa Bento
XVI "elevou as relações entre católicos e judeus a um nível sem precedentes". "Nenhum
papa antes dele visitou tantas sinagogas. Ele reuniu-se com representantes da comunidade
judaica, sempre que viajava ao exterior. Nenhum papa antes dele tinha realizado tanto
esforço para melhorar as relações com os judeus, em diversos níveis", saudou o texto.
(JE)